Após um ano de briga judicial, TSE permite que 14 deputados ligados a Cid deixem o PDT de Ciro Gomes
Parlamentares estaduais ingressaram com pedido de desfiliação em dezembro passado; Corte eleitoral reconheceu que grupo passou por arbitrariedades na sigla
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou nesta terça-feira mais um recurso do PDT e manteve a decisão de liberar a desfiliação de 14 deputados estaduais do partido, que pertencem ao grupo político do senador Cid Gomes (PSB). O acionamento judicial por parte dos parlamentares ocorreu em dezembro passado, após os cidistas terem travado uma disputa interna contra a ala do ex-governador Ciro Gomes. Como resultado, Cid e outros 40 prefeitos migraram para o PSB em fevereiro deste ano.
No PDT, contudo, ainda estão os cidistas que foram eleitos em 2022 e, por isso, poderiam perder seus mandatos caso deixassem a sigla sem autorização judicial. Por este motivo, o grupo de deputados estaduais alegou justa causa, o que foi reconhecido primeiramente pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE). O diretório pedetista, contudo, recorreu ao TSE.
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Em seu voto, a ministra-relatora citou os bastidores da briga entre as alas de Cid e Ciro Gomes ao longo do ano passado. "Considero motivo suficiente para ruptura do vínculo partidário a forma arbitrária com que o diretório nacional procedeu à inativação do órgão estadual, pois não se dignou a indicar a existência de fundamento idôneo capaz de justificar a medida extrema", defendeu a magistrada.
Entre os beneficiados por esta decisão está Lia Gomes, que é irmã dos políticos, mas tomou o lado do senador em relação ao rumo partidário. As divergências entre Cid e Ciro circundam o apoio ao PT no estado: enquanto o senador busca a base, o ex-governador prefere ser oposição.
Além de Lia, Sergio Aguiar, Romeu Aldigueri, Osmar Baquit, Oriel Filho, Marcos Sobreira, Jeová Mota, Salmito Filho, Helaine Coelho, Guilheme Landim, Guilherme Bismarck, Bruno Pedrosa, Antonio Granja e Tin Gomes foram liberados pela Justiça Eleitoral.
Desta lista, destaca-se Romeu Aldigueri, líder do governo Elmano de Freitas (PT) e escolhido para disputar a presidência da Assembleia Legislativa, após pressão de Cid Gomes. Sua liberação é mais uma vitória para o senador, que agora pode ver seu aliado no comando da Casa e ainda filiado no PSB.