Cotados para indicação de Lula à vaga de Barroso no STF podem ficar em torno de 30 anos na Corte
Favoritos seguem tendência recente de indicar ministros com menos de 50 anos
Os três nomes mais cotados para substituírem o ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) têm idades parecidas e poderiam ficar em torno de 30 anos na Corte. Os favoritos para receberem a indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva são o advogado-geral da União, Jorge Messias, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas.
Dos três, Jorge Messias é o mais novo: tem 45 anos atualmente, o que daria quase 30 anos até a idade máxima para ficar no STF, que é 75 anos. Bruno Dantas tem 47 anos e Pacheco completará 49 no próximo mês.
A escolha de nomes mais jovens, que poderão ficar décadas na Corte, é uma tendência dos últimos dez anos, observada nas indicações dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro e também de Lula.
Desde o fim da ditadura militar, em 1985, foram feitas por presidentes 31 indicações ao STF. Até 2015, quando Edson Fachin, então com 57 anos, foi nomeado, a média de idade dos escolhidos era de 55.
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Nas cinco indicações seguintes, a média caiu para 49 anos. Quatro dos últimos ministros indicados tinham menos de 50 anos quando foram escolhidos: Alexandre de Moraes (48), Nunes Marques (48), André Mendonça (48) e Cristiano Zanin (47). Apenas a nomeação de Flávio Dino, o último escolhido por Lula, destoou da tendência, já que ele tinha 55 anos na época.
Caso um dos três atuais favoritos seja de fato escolhido, a sequência de escolhidos abaixo de 50 anos seria retomada, com uma nova redução na média de idade.
Toffoli foi o mais jovem
A indicação de ministros jovens não é novidade, mas era mais rara no passado. Em seu segundo mandato, por exemplo, Lula indicou Dias Toffoli, o mais jovem ministro desde a redemocratização: ele tinha 41 anos quando tomou posse, podendo ficar na Corte até 2042.
Ao mesmo tempo, Lula também indicou ministros com mais de 60 anos, como Eros Graus (63) e Menezes Direito (64, que morreu dois anos depois). Da mesma forma, José Sarney indicou Celso de Mello, na época com 43, mas também Carlos Madeira, com 65 anos — o mais velho desde 1985.
Dilma Rousseff, por sua vez, foi a que teve a maior média de idade dos seus indicados: 59 anos. Antes de Bolsonaro e Temer, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) teve a menor média (49 anos).

