Defensoria do Rio pede ao STF para elaborar laudos paralelos em corpos de 121 mortos em megaoperação
Órgão considerou que há risco de perícia oficial não ser "imparcial"
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para elaborar laudos paralelos nos corpos dos 121 mortos na megaoperação realizada no Rio de Janeiro. A ação ocorreria depois da perícia oficial ser concluída.
O pedido será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, que é o relator provisório da ação conhecida como ADPF das Favelas, na qual o STF determinou regras para operações policiais no Rio de Janeiro.
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Em solicitação enviada nesta quinta-feira, a Defensoria afirma que a operação descumpriu regras impostas pelo STF, como a presença obrigatória de ambulâncias e a preservação do local para a realização de perícia, e afirma que isso causa "receio concreto quanto à imparcialidade e consequente fiabilidade das perícias realizadas nos corpos das vítimas".
A Defensoria pede que a decisão seja tomada de forma urgente, antes que os corpos sejam enterrados.
Moraes assumiu a relatoria da ADPF de forma provisória, para análise de questões urgentes, após a aposentadoria do antigo relator, ministro Luís Roberto Barroso. Na quarta-feira, ele determinou que o governo estadual apresente informações sobre a operação.

