Em mensagem, assessor de Braga Netto disse ter tido acesso à delação premiada de Cid
Flávio Peregrino afirmou que acordo pode ter sido analisado para se preparar à CPI do 8 de janeiro
O coronel da reserva Flávio Peregrino, ex-assessor do ex-ministro Walter Braga Netto, afirmou em uma mensagem de texto que teve acesso à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, enquanto ela era ainda sigilosa.
Peregrino disse acreditar que isso ocorreu em 2023, quando foram realizadas comissões parlamentares de inquérito (CPI) para investigar os atos golpistas do 8 de janeiro.
Leia também
• Em conversa com Cid, Braga Netto enviou foto de tanques na frente do Congresso em 1964: "Histórica"
• Alexandre de Moraes nega pedido da defesa de Braga Netto para adiar acareação com Mauro Cid
A mensagem foi reproduzida pela Polícia Federal (PF) em um relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira. O celular de Peregrino foi apreendido em dezembro, no mesmo dia em que Braga Netto foi preso preventivamente.
A fala foi feita em conversa com um interlocutor, que teve o nome preservado.
O diálogo ocorreu no dia 26 de novembro de 2024, quando foi divulgado o relatório final da PF na investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.
O documento apontou o que a PF diz ser indícios de que Peregrino e Braga Netto tiveram acesso à delação de Cid.
Na mensagem, Peregrino afirma que costumava receber muitos documentos durante a campanha eleitoral, quando Braga Netto concorreu como candidato a vice na chapa à reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O coronel diz acreditar que a delação de Cid tenha sido analisada como forma de preparar a defesa do ex-ministro caso ele fosse convocado para uma comissão parlamentar.
"Eu como assessor na campanha recebia muitos documentos que circulavam por diferentes pessoas e eram entregues como sugestão para as autoridades, no caso o General como vice. No caso da delação especificamente, acredito que alguém teve acesso e já me passou as informações. Creio que foi durante o período que estávamos tendo as CPMI do 8 de janeiro e de alguma forma estávamos preparando os argumentos e defesa, caso houvesse a convocação", disse.

