Flávio diz ser cedo para definir Tarcísio para 2026 e que atuação de Michelle é com as mulheres
Filho de Bolsonaro diz que a oposição não deve moderar o tom de agora em diante
Filho mais próximo de Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, depois da prisão domiciliar do ex-presidente, decretada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) evita falar em outros nomes para disputar a presidência em 2026 e refuta a possibilidade de a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro assumir naturalmente o papel de interlocutora da direita de agora em diante.
Ao Globo, Flávio — que é cogitado no partido para estar em uma possível chapa ao Palácio do Planalto no ano que vem — elogiou a postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que partiu em defesa de Bolsonaro e criticou a decisão de Moraes. Apesar disso, afirma que há "muita água para rolar" e reforça que esta decisão não deve ser açodada. Sobre Michelle, o primogênito de Bolsonaro reforça que ela "segue fazendo um papel magistral no PL Mulher".
— Eu liguei para o Tarcísio e agradeci o posicionamento dele. Só reforça o compromisso com a causa da família Bolsonaro, quando mais precisamos de um aliado desse tamanho. Mas, ainda é cedo para dizer que a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro acelera a escolha de um eventual subnstituto ou o fortaleça. Ele é um nome forte por natureza, mas insistiremos no Bolsonaro até o final. É o nosso líder e até o ano que vem há muita água para rolar.
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Com o patriarca da família Bolsonaro preso e sem acesso a celular, Flávio refuta a possibilidade de Michelle ocupar o vácuo de interlocução nos partido. Flávio, que se posicionou pela obstrução das pautas do Congresso nesta terça-feira, defendeu o impeachment de Moraes e criticou o espaço dado às pautas da direita no Congresso, disse que Michelle deve seguir focada em comandar o PL Mulher. Ele evitou falar em outro nome que pudesse assumir este papel.
— Michelle segue fazendo o trabalho dela com as mulheres, com maestria singular e digerindo a tudo em relação a isso que foi feito contra o marido dela — afirmou.
Diante da prisão domiciliar de Bolsonaro, o senador também disse que o momento "não é de moderação" no Congresso. Segundo ele, a oposição deve focar em atos que pressionem para que a anistia e e o impeachment de Moraes sejam pautados na Câmara e no Senado.
— É hora de ir para o tudo ou nada. Os senadores de oposição estão no plenário do Senado e só sairão quando Alcolumbre nos receber. Na outra Casa (a Câmara), o Hugo Motta parece estar mais sensível às nossas pautas. O Alcolumbre segue naquele estilo, atendendo quando quer. É hora, sim, de a direita se juntar, de o Eduardo (Bolsonaro) adotar um tom mais moderado, como meu pai já havia pedido a ele, e estarmos juntos contra o PT em 2026 — completou.
Em conversas com outros Poderes, Alcolumbre já defendeu um projeto intermediário de anistia aos condenados pelo 8 de janeiro. Entretanto, deve ser mantida a responsabilidade dos mentores dos atos.
Mais cedo, Flávio havia criticado a postura de Alcolumbre e disse que não tem sido atendido por ele, o que reforçou uma fala do líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), que reclamou da falta de interlocução.
— Torço para que Davi Alcolumbre não repita os erros do (ex-presidente do Senado) Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Se o Davi seguir na mesma toada de não contestar os crimes de responsabilidade do Alexandre de Moraes, terá os ônus e bônus disto. A maioria dos pedidos de impeachment tem fundamento inquestionável, então, que leve ao plenário e veremos se temos votos. Davi passa uma semana sumido, sem atender telefone. Não falo com ele desde antes do recesso. Esta não é a postura que esperamos de um presidente eleito com o nosso apoio, que se comprometeu com a pauta da anistia.

