Dom, 21 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
DEPOIMENTO

General disse à PF que defendeu GLO para retomada da normalidade

Investigado pela PF, general da reserva Laércio Vergílio afirmou que não sabia como seria a prisão de Moraes, mas confirmou sugestão de que fosse pelo Comando de Operações Especiais

Atos golpistas Atos golpistas  - Foto: Joedson Alves/Agência Brasil

General da reserva, Laércio Vergílio afirmou em depoimento à Polícia Federal que defendeu uma “operação especial”, com a implementação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) temporariamente “até que a normalidade constitucional se reestabelecesse”. Dentro deste contexto, segundo ele, a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes seria necessária para a retomada desta normalidade e a harmonia entre os poderes.

O militar foi questionado sobre um áudio enviado por ele para outro investigado, no qual ele cita que sabia executar as “operações especiais”. Segundo ele, a referida operação “seria uma fase posterior”, a ser realizada dentro da lei, e negou relação da operação com um golpe de Estado.

Em depoimento, Vergílio afirmou que “enquanto presidente, Jair Bolsonaro teria a obrigação de defender a Constituição Federal e se iniciasse janeiro, ele já seria ex-presidente e aí sim seria um golpe”.

Em outro áudio do general, mostrado a ele durante depoimento, Vergílio afirmou que teria que ser “dada a missão ao comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo, na casa dele”. Ele sugere que, no dia seguinte, fosse lido o decreto de GLO.

Sobre isso, o militar alegou que citou o comando diante da experiência que possui depois de 24 anos na ativa, mas que “não tem conhecimento técnico para afirmar que seriam capazes de executar a missão”. Dentro do Comando de Operações Especiais (Copesp) fica o Batalhão de Forças Especiais do Exército, os “kids pretos”. A PF investiga se integrantes do grupo usaram técnicas militares para incitar a tentativa de golpe de Estado no país.

Ainda em depoimento à polícia, Laércio Vergílio foi questionado sobre como se daria esta prisão de Moraes. general disse que não sabia, e que “apenas deu sua opinião em relação a esse fato porque no seu ponto de vista a prisão seria necessária para volta da normalidade institucional e a harmonia entre os poderes”.

Neste mesmo áudio, Vergílio pontuou que seria necessário “continuar pressionando o [general] Freire Gomes", então comandante do Exército. A investigação da polícia já mostrou que o militar era pressionado para aderir à tentativa de golpe. À PF, o general Vergílio afirmou que “a intenção era convencer o General de Exército Marco Antônio Freire Gomes da constitucionalidade” de argumentos jurídicos. Ele negou, ao longo do depoimento, que tenha participado de qualquer plano para execução de um golpe de Estado.

Veja também

Newsletter