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Política

Glauber questiona Motta por truculência após ser retirado da cadeira da Presidência da Câmara

"A única coisa que eu pedi ao presidente da Câmara, Hugo Motta, foi que ele tivesse 1% do tratamento comigo que teve com aqueles que sequestraram a Mesa Diretora da Câmara, por 48 horas", disse

Glauber foi retirado da cadeira da Presidência da Câmara dos Deputados pela Polícia LegislativaGlauber foi retirado da cadeira da Presidência da Câmara dos Deputados pela Polícia Legislativa - Foto por SERGIO LIMA / AFP

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-SP) questionou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pela truculência da Polícia Legislativa que o retirou da cadeira da Presidência, no plenário da Casa, à força. O deputado disse que irá fazer exame de corpo de delito.

"Precisa atacar as deputadas? Precisava de uma ação violenta e forçada? O senhor que sempre quis demonstrar, como se fosse um ponto de equilíbrio entre forças diferentes, isso é uma mentira", disse Glauber em entrevista coletiva de imprensa realizada após a ação da Polícia Legislativa.

Glauber também questionou Motta por não ter tomado a mesma postura quando deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocuparam a Mesa, em agosto, como estratégia para forçar a votação da anistia. Ele declarou que, naquela ocasião, não foi cogitada uma retirada à força dos oposicionistas.

"A única coisa que eu pedi ao presidente da Câmara, Hugo Motta, foi que ele tivesse 1% do tratamento comigo que teve com aqueles que sequestraram a Mesa Diretora da Câmara, por 48 horas, em associação com um deputado que está nos Estados Unidos conspirando contra o nosso País", disse Glauber.

Glauber também se solidarizou pela censura à imprensa, que foi retirada do Plenário antes da ação da Polícia Legislativa. A TV Câmara também teve o sinal desligado. As ações, segundo o deputado do PSOL, foram feitas para que os jornalistas não acompanhassem o que ocorreu na Casa.

O deputado declarou que ocupou a cadeira de presidente da Câmara para demonstrar que "não pode se render". Mais cedo, Motta disse que levará ao plenário nos próximos dias a votação do pedido de cassação dele por quebra de decoro por agredir um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) em abril de 2024. Segundo o deputado, não há motivos para que ele perca o mandato e se torne inelegível por oito anos.

"A minha presença hoje [terça-feira, 09], na Mesa Diretora da Câmara, foi exatamente para demonstrar que a gente não pode se render. Me acusam de ter defendido a honra da minha mãe? De ter denunciado o orçamento secreto? De ter batido de frente com o todo poderoso Arthur Lira?", disse Glauber.

Glauber também disse ter sido motivado a fazer o protesto pela inclusão do projeto que reduz penas dos condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro, que está previsto para ser votado nesta terça.

Segundo ele, está havendo uma "ofensiva golpista" para que o ex-presidente Jair Bolsonaro tenha a pena reduzida para dois anos de prisão. O parlamentar disse que "vai lutar para que não firam a democracia com pacote golpista" e declarou que as ações dele não vão se encerrar nesta terça.

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