Sáb, 06 de Dezembro

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Gleisi diz que PEC da Blindagem não é assunto do governo após PT orientar contra

Iniciativa exige aval do Congresso para parlamentar ser processado

Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais.Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais. - Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, declarou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, não é um assunto do governo federal e é uma discussão restrita ao Congresso.

– A chamada PEC das prerrogativas interessa exclusivamente aos parlamentares que a aprovaram. Por ser emenda à Constituição, a matéria não está sujeita sequer a veto presidencial. Ao governo interessa debater e votar a agenda do país, a começar pela isenção do Imposto de Renda, a justiça tributária – declarou a ministra.

Uma parte dos governistas teme que, pelo fato de o PT não ter dado o apoio à PEC da Blindagem, a Câmara possa retaliar o governo apoiando a urgência da anistia aos atos golpistas, que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, há também o receio de que isso resvale na Medida Provisória do Setor Elétrico, que reduz a conta de luz, e perde a validade nesta quarta-feira.

Gleisi declarou que espera que a urgência da anistia não tenha votos e que o Palácio do Planalto tenta maioria para derrubar a iniciativa se ela entrar em votação. A ministra também declarou que há expectativa de que a MP seja aprovada amanhã.

 

– Agora esperamos que a Câmara vote a MP 1300 que isentou da conta de luz mais de 60 milhões de pessoas – disse.

A proposta da blindagem, que foi aprovada em primeiro turno, altera a Constituição para proteger parlamentares de ações nas esferas criminal e cível. Com 353 votos a favor e 134 contrários, os deputados deram aval ao texto que dá ao Legislativo a prerrogativa de determinar se um congressista investigado será réu ou não, em votação secreta em plenário.

Mesmo com o PT orientando contra, 12 deputados petistas votaram a favor do texto. O governo liberou a bancada para votar como desejar.

Com apoio do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que alegou ser essa uma pauta de todos os partidos, a Câmara dá uma resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF). Com o avanço das investigações sobre o mau uso de emendas parlamentares, a pressão por uma medida de cunho corporativista aumentou. Motta liberou a votação semipresencial e passou grande parte da discussão fora do plenário, mas retornou pouco antes da aprovação.

O texto prevê a necessidade de aval da Câmara ou do Senado para que o parlamentar seja "processado criminalmente", ou seja, nenhum deputado ou senador responderá a uma ação penal no STF sem aval do Congresso. Essa regra já existe para o caso de presidente da República.

Também há a determinação que a prisão só aconteceria em flagrante de crime inafiançável, como racismo, tortura, terrorismo, tráfico de drogas. O texto também acrescenta que presidentes nacionais de partidos políticos com representação no Congresso também serão julgados pelo STF.

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