Gleisi e Rui Costa se reúnem com Alcolumbre após derrubada de vetos e criação da CPI do INSS
Deputados aliados relatam que circulou nos corredores do Congresso a promessa de que o governo vai acelerar a liberação de emendas até o fim deste mês
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, se reuniram nesta quarta-feira com o presidente do Senado Davi Alcolumbre (União-AP) um dia após o governo enfrentar uma sequência de reveses no Congresso Nacional.
Durante a sessão conjunta de deputados e senadores para análise de vetos presidenciais na terça-feira, parlamentares derrubaram medidas de interesse direto do Executivo em áreas como energia, política social e tributação. No final da sessão, Alcolumbre leu o requerimento de criação da CPI do INSS, abrindo caminho para a instalação da comissão.
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A conversa ocorre poucas horas após do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegar em Brasília após viagem ao Canadá para participar da Cúpula dos países do G7. Lula está descansando no Palácio da Alvorada e embora não tenha agenda pública nesta quarta, há possibilidade de que receba auxiliares mais próximos ao longo da tarde.
Entre os principais resultados da sessão do Congresso estão a derrubada do veto à pensão vitalícia para crianças vítimas da síndrome congênita do vírus da Zika; a rejeição de dispositivos da reforma tributária que previam a taxação de fundos exclusivos de investimento; a queda de vetos relacionados ao setor elétrico, o que pode gerar impacto futuro nas contas de luz, com a contratação compulsória de determinadas usinas; a derrubada de trechos que dificultavam o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e ao auxílio-doença para portadores de quatro doenças específicas.
Também houve uma vitória da bancada ruralista com a derrubada de veto que dispensava a necessidade de registro para a produção de bioinsumos.
O adiamento da votação de um veto que poderia limitar o contingenciamento de emendas parlamentares foi visto por integrantes da base como um alívio momentâneo.
No caso da CPI do INSS, Alcolumbre a anunciou nos minutos finais da sessão. A expectativa agora é que o início efetivo dos trabalhos da comissão só ocorra após a liberação das emendas prometidas pelo governo.
Como mostrou O Globo, deputados aliados relatam que circulou nos corredores do Congresso a promessa de que o governo vai acelerar a liberação de emendas até o fim deste mês — um esforço para aliviar a pressão da base.
O compromisso, segundo relatos de bastidores, é liberar R$ 2 bilhões em emendas parlamentares nos próximos dias. Esse movimento faz parte de uma tentativa mais ampla de recomposição política, em meio à insatisfação de líderes partidários com o ritmo da execução orçamentária.

