Governador bolsonarista minimiza intimação do ex-presidente em UTI: "Não atrapalha recuperação"
Responsável pelo Executivo do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil) tem alinhamento com o ex-mandatário e declarou apoio a ele em 2022
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), foi na contramão dos demais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao afirmar, nesta sexta-feira (26), que não vê problema na intimação de Bolsonaro por um oficial de Justiça do Supremo Tribunal Federal (STF) enquanto ele estava internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
— Acho que a intimação pode ser feita. Ele deu entrevista lá, recebeu a intimação. Não atrapalha o processo de recuperação — declarou Mendes, durante uma coletiva de imprensa na inauguração de uma ponte que liga Cuiabá a Várzea Grande.
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A posição do governador está alinhada com a do STF. Em nota, o tribunal informou que os demais réus na ação foram citados entre os dias 11 e 15 de abril. “A divulgação de uma live realizada pelo ex-presidente na data de ontem (22/4) demonstrou a possibilidade de que fosse citado e intimado hoje (23/4)”, informou a Corte.
A intimação de Bolsonaro, feita na última quarta-feira, gerou forte reação entre apoiadores do ex-presidente, que consideraram a ação desrespeitosa. Mauro Mendes, no entanto, adotou tom moderado e não demonstrou incômodo com o episódio.
O episódio ocorrido na última quarta-feira gerou indignação entre bolsonaristas, mas não em Mendes. Em 2022, o então candidato à reeleição declarou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro na disputa contra Lula. À época, quando o atual presidente foi confirmado como o vencedor das eleições, Mendes celebrou o aumento da porcentagem de votos para Bolsonaro no MT.
"Aumentamos de 59% para 65% a votação do presidente Bolsonaro em Mato Grosso, mas não foi o suficiente. Desejo que Deus abençoe o nosso Brasil nos próximos quatro anos e a todos que irão conduzir o país", declarou em post no Instagram.
Após a eleição de Lula (PT), adotou um tom de diálogo com o governo federal, mas não abandonou o bolsonarismo. No início do mês, quando o ex-presidente realizou um ato em São Paulo pedindo anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, Mauro Mendes marcou presença.

