Dom, 07 de Dezembro

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ITÁLIA

Laudo médico mostra que saúde de Zambelli é compatível com manutenção da prisão

Ela deixou o Brasil após ter sido condenada a dez anos de prisão pela invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça

Carla Zambelli na Câmara em foto de arquivoCarla Zambelli na Câmara em foto de arquivo - Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

O laudo médico analisado durante a nova audiência de custódia da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) nesta quarta-feira mostrou que seu estado de saúde é compatível com sua manutenção na prisão. O caso foi analisado pela Corte de Apelação de Roma nesta manhã, que determinou que a parlamentar deverá permanecer detida no complexo penitenciário de Rebibbia, nos arredores da capital italiana e um dos maiores presídios da Europa.

Segundo informações obtidas pelo portal UOL, que teve acesso ao laudo médico-legal apresentado à Justiça, as condições clínicas da deputada não impedem sua permanência na prisão nem uma eventual transferência para o Brasil. Durante sua última audiência de custódia, a parlamentar relatou estar se sentindo mal e precisou receber atendimento médico. Depois do episódio, a sessão foi suspensa e remarcada para ser retomada hoje.
 

A defesa da deputada argumenta que ela sofre uma série de problemas "físicos e psicológicos", entre eles fibromialgia, que acarreta dores generalizadas pelo corpo, e depressão". A lista de doenças foi apresentada no tribunal como um dos argumentos para que ela responda pelo processo em liberdade ou tenha a prisão convertida em domiciliar.

Considerada fugitiva pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) — o que motivou o pedido de extradição e a inclusão do nome dela na lista de difusão vermelha da Interpol. Ela foi presa há um mês em seu apartamento em Roma, após ter o endereço divulgado para autoridades do país pelo deputado Angelo Bonelli.

Numa primeira sessão de custódia, ocorrida em 1 de agosto, Zambelli se declarou vítima de perseguição política e manifestou o desejo de passar por um novo julgamento na Itália, por ter dupla cidadania. Os argumentos contra e a favor da deputada serão analisados pelo Justiça italiana, mas a decisão final sobre a sua remoção ao Brasil cabe ao Ministério da Justiça da Itália, que pode negar a extradição por razões políticas. A embaixada brasileira prevê que o processo deve ser concluído até o fim deste ano.

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