Michelle, Eduardo e Carlos choram em atos de 7 de setembro em meio ao julgamento de Bolsonaro no STF
Familiares do ex-presidente participaram de manifestações em diferentes pontos do país; nos EUA, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) discursou por videoconferência nos atos de Curitiba e Porto Alegre
Em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL) na ação penal que apura a trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), familiares do ex-presidente participaram dos atos de 7 de setembro em diferentes pontos do país. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro esteve na Avenida Paulista, em São Paulo, enquanto o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) discursou na Praia de Copacabana.
Já o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), participou de manifestações em Santa Catarina, onde é cotado para uma candidatura ao Senado Federal. Nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) marcou presença por videoconferência nos atos de Curitiba e Porto Alegre.
Michelle discursou no final da tarde deste domingo na Avenida Paulista, onde sua participação foi a mais aguardada pelos bolsonaristas. Em tom religioso e chorando, ela disse que os seus direitos têm sido violados, e afirmou que seu marido está “amordaçado em casa”.
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— Vejo os policiais na esquina, a imagem da minha família sendo violada, a minha filha de 14 anos indo para a escola todos os dias tendo que abrir a porta do carro para verificar se tem alguém escondido dentro. Todos os dias alguém revista o meu carro. É muita humilhação que estamos vivendo — falou a líder do PL Mulher.
Nos outros atos, Michelle enviou um áudio aos apoiadores, também em tom emotivo. Na gravação, ela diz que fala em nome do ex-presidente, impedido de comparecer por “injustiça e perseguição”. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília por tentar obstruir a Justiça, após seu filho Eduardo atuar junto ao governo americano para pressionar o STF.
— Em 2022, mais de um milhão de pessoas ouviram o meu marido em Brasília naquela comemoração histórica do bicentenário da Independência. Hoje, por perseguição e injustiça, ele não pode falar. Mas nós falaremos por ele até que essa tirania e essa perseguição sejam vencidas — disse Michelle. — Eu conheço meu marido, o galego de olhos azuis, ele daria tudo para estar aqui com vocês.
"Vou atrás de vocês"
Já Eduardo, por meio das redes sociais, divulgou um trecho de sua participação por videochamada nos protestos de Curitiba e Porto Alegre. Aos manifestantes, o parlamentar afirmou estar feliz por ver "as ruas lotadas", lembrando que os protestos podem impedir que a "quadrilha liderada por Alexandre de Moraes tome o Brasil de assalto". Em determinado momento do depoimento, Eduardo se emocionou ao lembrar da família.
— Ainda que longe, com o coração partido, longe do meu pai, sem poder falar com ele. Longe da minha família, que a cada vez que minha vai mãe vai embora, chora no meu ombro. Eu não vou desistir — declarou Eduardo, chorando. — Moraes: você, sua mulher, e depois dela, que em breve será sancionada, os seus filhos, eu vou atrás de cada um de vocês — ameaçou o parlamentar.
O vereador Carlos Bolsonaro, por sua vez, divulgou um vídeo de sua participação nas manifestações de Florianópolis. Nas imagens, acompanhadas por um louvor, ele aparece chorando, sendo consolado e abraçado por apoiadores.
— Está sendo muito difícil, mas seguimos levando ao Velho (forma como se refere a Bolsonaro) o carinho de todos vocês. Muito obrigado de coração! — escreveu o político na legenda da publicação. —Mais uma vez, levo comigo todo o carinho recebido e transmito ao meu pai a consideração sincera de tantos catarinenses — afirmou em outro post.
Em Copacabana, o senador Flávio Bolsonaro, ao contrário da emoção de seus familiares, cobrou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que aprovasse um projeto de anistia “ampla, irrestrita e geral”. Ele também teceu críticas à proposta alternativa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que pode excluir o ex-presidente do perdão.
— Não existe anistia criminal sem anistia eleitoral — afirmou o senador, pedindo para que os presidentes do Congresso “não cedam à pressão de Alexandre de Moraes”, relator do caso no STF e visto como inimigo número um do bolsonarismo.

