Dom, 07 de Dezembro

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Moraes nega pedido de Zambelli para suspender ação penal com base em precedente de Ramagem

Maioria da Primeira Turma já votou para condenar deputada federal

Alexandre de Moraes Alexandre de Moraes  - Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da defesa da deputada federal Carla Zambelli para que o julgamento contra ela seja suspenso até que a Câmara dos Deputados analise se a ação penal contra ela deve ser paralisada.

O procedimento que a defesa de Zambelli quer que a Câmara faça é o mesmo utilizado na semana passada em relação ao deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). A maioria dos deputados aprovou a suspensão de toda a ação penal da trama golpista, mas a Primeira Turma do STF determinou que a medida só pode valer para Ramagem e para os crimes supostamente cometidos após a data de diplomação dele.

A decisão sobre Ramagem foi citada pelos advogados. "O que se clama é que seja suspenso o julgamento do mérito da presente ação penal em razão da questão superveniente exposta para que se aguarde a análise do requerimento pela Câmara dos Deputados e, caso seja aprovado, seja determinada a suspensão do andamento do feito, a exemplo do que esta C. 1ª Turma determinou nos autos da AP 2668 QO/DF, em benefício do Deputado Alexandre Ramagem", diz o texto apresentado ao STF.


Os advogados de Zambelli alegam que o seu partido, o PL, enviou no dia 29 de abril um ofício ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pedindo para a Casa analisar a ação penal, mas que isso ainda não ocorreu.


A Constituição determina que, quando é recebida uma denúncia contra um deputado ou senador por crime ocorrido após sua diplomação, a respectiva Casa pode determinar a sua suspensão, que dura o mandato do parlamentar. Quando o pedido de sustação é apresentado, há um prazo de 45 dias para ser analisado.


Os advogados de Zambelli afirmam que os fatos atribuídos a ela começam em agosto de 2022, quando ela já cumpria o primeiro mandato de deputada federal, e que por isso "é inequívoco o preenchimento de todos os requisitos objetivos".


Na mesma ação, também já foi formada maioria para condenar o hacker Walter Delgatti a oito anos de prisão. Uma eventual paralisação, contudo, beneficiaria apenas a deputada.


Zambelli e Delgatti foram responsáveis, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), por elaborarem e incluírem diversos documentos falsos no sistema do CNJ, incluindo um mandado de prisão falso contra Moraes, que foi elaborado como se tivesse sido assinado pelo próprio ministro. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.


O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou pela condenação e foi acompanhado por Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Falta apenas o voto de Luiz Fux.

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