Sáb, 06 de Dezembro

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DECLARAÇÃO

Moro critica prisão domiciliar de Bolsonaro: "Sequer foi julgado"

Na decisão, Alexandre de Moraes afirmou que o ex-mandatário 'ignorou e desrespeitou' o STF ao participar, via chamada de vídeo, de manifestação

Sergio Moro afirma não concordar com a prisão domiciliar de Jair BolsonaroSergio Moro afirma não concordar com a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Sergio Moro (União-PR) criticou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O ex-juiz da Lava-Jato disse que a "escalada da crise não interessa o Brasil".

"Não é possível concordar com a imposição de prisão domiciliar e censura a Bolsonaro que Dsequer foi julgado", disse o senador em postagem no X.

Na decisão, o magistrado afirmou que o ex-mandatário "ignorou e desrespeitou" a Corte e justificou a medida com base na participação de Bolsonaro, via chamada de vídeo, na manifestação que reuniu apoiadores em Copacabana, na Zona Sul do Rio, no domingo.

 

O vídeo com uma das falas foi postado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), mas apagado horas depois. Para um grupo de ministros da Corte, contudo, apesar de o post ter sido deletado, o gesto do parlamentar pode ter representado uma violação às restrições impostas ao pai.

"Agindo ilicitamente, o réu Jair Messias Bolsonaro se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e conscientemente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça, tanto que, o telefonema com o seu filho, Flávio Nantes Bolsonaro, foi publicado na plataforma Instagram", escreveu Moraes, acrescentando que a participação no ato foi "dissimulada" e demonstrou "conduta ilícita".

Na decisão, o ministro destaca que Bolsonaro participou remotamente de atos em que foram usadas "bandeiras os Estados Unidos da América, com apoio às tarifas impostas ao Brasil para coagir o Supremo Tribunal Federal". Moraes pontua que, entre as medidas cautelares que já haviam sido impostas a Bolsonaro, estava a proibição de uso de redes sociais, "diretamente ou por intermédio de terceiros".

A decisão também impede a proibição de visitas, salvo dos advogados e de outras pessoas que sejam autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal. O celular de Bolsonaro foi apreendido.

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