"Ninguém é obrigado a ficar no governo", diz Gleisi após União e PP decidirem romper com Lula
As cúpulas nacionais dos dois partidos decidiram nesta terça-feira que vão proibir todos os filiados de ocuparem cargos no governo
Após as siglas União e PP decidirem desembarcar do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e forçar a saída de dois ministros da gestão, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, principal responsável pelas articulações do Planalto com o Congresso, declarou nas redes sociais que "ninguém é obrigado a ficar no governo".
"Respeitamos a decisão da direção da Federação da UP. Ninguém é obrigado a ficar no governo. Também não estamos pedindo para ninguém sair. Mas quem permanecer deve ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que este governo defende", escreveu Gleisi, no X.
As cúpulas nacionais do PP e do União Brasil decidiram nesta terça-feira (2) que vão proibir todos os filiados de ocuparem cargos no governo.
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A decisão, que ainda precisa ser votada pelas Executivas Nacionais das suas siglas, atinge os ministros dos Esportes, André Fufuca, do PP, e do Turismo, Celso Sabino, do União.
O veto vai atingir somente filiados e não deve atingir cargos no governo indicados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Alcolumbre apadrinhou os ministros das Comunicações, Frederico Siqueira Filho, e o da Integração Nacional, Waldez Góes. Já Lira indicou o presidente da Caixa, Carlos Vieira.
A decisão acontece no momento em que Lula tem vivido uma relação conturbada com os partidos do Centrão. Na semana passada, o presidente disse em uma reunião ministerial que não gosta pessoalmente do presidente do União, Antonio Rueda, e reclamou do presidente do PP, Ciro Nogueira, e declarou que ele tenta se viabilizar como candidato a vice em uma chapa presidencial com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
— Informamos a todos os detentores de mandato que devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal. Em caso de descumprimento desta determinação, se dirigentes dessa federação nos seus estados, haverá afastamento de ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas punições disciplinares previstas no estatuto — disse o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, em comunicado lido no Congresso.

