Polícia Civil indicia vereador por homofobia contra Eduardo Leite
Presidente da Câmara de Vacaria, Edimar Biazzi (PL) afirmou em sessão legislativa que poderia chamar o governador de ''veado''
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou, nesta terça-feira (27), o presidente da Câmara Municipal de Vacaria, no Nordeste do estado, Edimar Biazzi (PL), por homofobia contra o governador Eduardo Leite (PSD).
O caso ocorreu durante sessão legislativa realizada em 1º de abril, quando Biazzi afirmou, da tribuna, que poderia chamar o governador de "veado" sem qualquer problema. Leite é assumidamente homossexual e é casado com o médico Thalis Bolzan.
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— Nobres vereadores, [...] posso chamar aqui o Lula de ladrão sem ter problema nenhum, posso chegar aqui e chamar o Eduardo Leite de veado também sem problema nenhum — disse o vereador na ocasião. A declaração também rendeu acionamentos no Ministério Público.
Diante das declarações, a Delegacia de Combate à Intolerância concluiu o inquérito e indiciou o parlamentar por homofobia, prática equiparada ao crime de racismo conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a Polícia Civil, Biazzi utilizou termos pejorativos sem relação com o debate político.
Em nota, a corporação afirmou que a fala extrapolou os limites da imunidade parlamentar. "Uma expressão pejorativa e preconceituosa dirigida à orientação sexual de uma autoridade, como se isso, por si só, fosse criminoso ou desonroso", diz trecho.
Eduardo Leite foi o primeiro governador do país a se declarar homossexual, em julho de 2021, durante entrevista ao programa Conversa com Bial. Desde então, assumiu publicamente o relacionamento com Thalis Bolzan.
Os dois formalizaram união estável em 2023. Natural do Espírito Santo, Bolzan tem 31 anos e é conhecido como o "primeiro-cavalheiro" do Rio Grande do Sul.
A reportagem procurou a assessoria de Edimar Biazzi e atualizará o texto caso haja manifestação.

