Sáb, 06 de Dezembro

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TRAMA GOLPISTA

"Querido diário", "samambaia jurídica" e "delinquente do PCC": as frases do voto de Moraes no STF

Ministro é relator do caso em análise na Primeira Turma da Corte

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes  - Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes usou frases de efeito para destacar a gravidade das provas e das ações dos réus durante julgamento da trama golpista nesta terça-feira.

Ao analisar um documento produzido pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, Moraes destacou que a mensagem não havia sido escrita de um "delinquente do PCC para outro".

— Essa mensagem não é de um delinquente do PCC para outro. É uma mensagem do diretor da Abin para o então presidente da República — afirmou o ministro. O documento denominado "Presidente TSE" listava uma série de supostas fraudes nas urnas eletrônicas e havia sido enviado por Ramagem a Jair Bolsonaro.

Ao rebater os argumentos da defesa de Ramagem, Moraes afirmou que anotações de teor golpista não podem ser consideradas apenas como "uma espécie de meu querido diário". Os advogados do ex-diretor da Abin haviam minimizado o conteúdo dos referidos documentos, dizendo que eram apenas para consumo interno.

 

— O réu Ramagem confirmou a titularidade do documento em que foi localizado esse arquivo digital, salientando porém que as anotações foram só para ele, particulares, uma espécie de diário, meu querido diário — rebateu o ministro do STF.

Moraes também aproveitou a sua fala para refutar as queixas levantadas pelos advogados à sua conduta como relator do caso da trama golpista. Segundo Moraes, um juiz não deve agir como uma planta que não se posiciona.

— A ideia de que o juiz deve ser uma samambaia jurídica durante o processo não tem nenhuma ligação com o sistema acusatório. Isso é uma alegação esdrúxula. Não cabe a nenhum advogado limitar o número de perguntas que o juiz deve fazer — disse Moraes, respondendo a críticas de que ele agiu como delegado durante os interrogatórios dos réus.

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