Ter, 16 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
CÂMARA DOS DEPUTADOS

Relator da PEC da Segurança vai acelerar texto após operação no Rio de Janeiro

Mendonça Filho disse vai acelerar tramitação da proposta, mas ressaltou que pressa "não pode atrapalhar o trabalho"

Deputado Mendonça Filho é o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da SegurançaDeputado Mendonça Filho é o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança - Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

O deputado Mendonça Filho (União-PE), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança, declarou que deve apresentar o parecer no final de novembro.

De acordo com ele, a previsão é que o texto seja votado pela comissão especial no início de dezembro e logo em seguida seja analisada em plenário.

O relator disse ao Globo que a tramitação do texto, que antes estava previsto para ser votado no final de dezembro, foi acelerada a pedido do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), após operação policial no Rio de Janeiro que deixou mais de 60 mortos nesta terça-feira (28).

O deputado disse que vai falar com o presidente da comissão especial, Aluísio Mendes (Republicanos-MA), para que o calendário inicial de audiências públicas seja acelerado.

– Vou combinar com o Aluísio, a gente vai acelerar as audiências públicas. Ainda hoje fizemos uma, quinta-feira tem outra e vou acelerar isso.

A PEC reforça o papel da União e é considerada umas prioridades do governo. Depois de passar pela Câmara, o texto ainda precisa ser votado pelo Senado.

De oposição ao governo, Mendonça disse que a PEC não pode ser acelerada mais do que previsto no calendário citado por ele.

– Era para o final de dezembro, a gente vai antecipar pelo menos uns 30 dias o calendário. Não estamos tratando de uma legislação qualquer, estamos alterando a Constituição Federal. O prazo é bastante razoável. Quem quiser acompanhar sabe que a gente está fazendo duas audiências públicas por semana. Agora também não vou adotar a pressa que aniquila o verso, atrapalha a ação, o bom trabalho.

Em setembro, na versão mais recente do relatório, Mendonça já havia proposto incluir no texto ações para fazer frente ao avanço do crime organizado, como dificultar a progressão de regime para líderes de organizações criminosas, prisão em segunda instância "antes do trânsito em julgado" e o anonimato de juízes que processam as facções.

Após a operação no Rio, o governo passou a cobrar a Câmara que a PEC da Segurança seja votada o quanto antes. Em resposta, Motta disse que o Palácio do Planalto também precisa enviar um projeto de lei antifacção, que foi anunciado na semana passada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

O projeto do governo mencionado por Motta visa ao endurecimento no combate ao crime organizado no país e inclui propostas como o aumento de penas e a maior possibilidade de confisco de bens.

– Não dá para fazer de conta que não existe o problema. As facções dominam e influenciam hoje mais de 25% da população brasileira. Territórios dominados, como vimos hoje no Rio de Janeiro – declarou Mendonça Filho.

– Essa realidade do Rio já incomoda a todos, ela apenas hoje convulsionou do ponto de vista de quadro geral, mas tem vários estados com problemas semelhantes, como Ceará e Bahia. A gente precisa fazer com que o Estado volte a ser respeitado, as polícias e o Judiciário – também disse.

Veja também

Newsletter