Rompido com Zema, ex-vice se filia a partido que faz parte do governo de Minas
Paulo Brant oficializou sua entrada no MDB em reunião com Baleia Rossi e o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo
Rompido com Romeu Zema desde que deixou o Partido Novo em 2020, o ex-vice-governador de Minas Gerais Paulo Brant se filiou nesta quinta-feira a um partido que faz parte do governo na Assembleia Legislativa. Em reunião com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, Brant oficializou sua entrada no partido e deve concorrer a deputado federal em 2026.
O encontro ocorreu no Café Nice, no Centro de Belo Horizonte, com a presença do presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo. Nas eleições deste ano, Brant e Azevedo concorrem à prefeitura da capital mineira em chapa combinada. Eles terminaram em quarto lugar na disputa.
Egresso do PSB, foi justamente as eleições que gerou o descontentamento de Brant com sua antiga sigla. No segundo turno, o partido declarou apoio à reeleição de Fuad Noman (PSB), mesmo à contragosto do ex-vice-governador, que era presidente municipal do diretório. Ele defendia uma neutralidade, postura que adotou de modo solitário.
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A aproximação do ex-vice de Zema com o MDB é curiosa pelo partido integrar a ala governista na Assembleia, mas vale lembrar que nem todas as personalidades são afeitas à Cidade Administrativa. A sigla abriga, por exemplo, o presidente da Casa, Tadeu Martins Leite, que sempre aderiu a uma postura de independência perante ao Executivo.
Brant é opositor ao governador desde 2020, quando deixou o Novo alegando que o partido se recusava a formar uma coalização política para aprovar projetos no Legislativo.
Nos últimos anos, a rixa entre Zema e Brant cresceu. O atrito mais recente ocorreu no pleito de 2022, quando, mesmo de dentro da gestão, o então vice-governador resolveu concorrer por uma chapa adversária, a do candidato Marcus Pestana (PSDB).
Já no segundo turno das eleições presidenciais, vice e governador também divergiram. Enquanto Zema endossou a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Brant apoiou Luiz Inácio Lula da Silva (PT), provocando certo isolamento dentro do próprio governo.