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EDUCAÇÃO

'Sou terminantemente contra qualquer corte em educação', diz Camilo Santana

Ministro também criticou proposta de redução do Fundeb como alternativa apresentada pelo governo ao aumento do IOF

Ministro da Educação, Camilo SantanaMinistro da Educação, Camilo Santana - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que é "terminantemente contra" cortes de recursos e defendeu universalização de programas como o Pé-de-Meia. Em entrevista à Folha de São Paulo, ele também se mostrou contrário à possibilidade de redução da parcela do Fundeb, proposta apresentada ao Congresso pelo governo no início deste mês como parte do pacote de alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Ele, no entanto, também reconheceu a necessidade de equilíbrio fiscal.

— Sou terminantemente contra qualquer corte em educação. Porém, fui gestor e sei que para o governo atender a demandas sociais e fazer investimento, precisa ter equilíbrio fiscal. Precisamos fazer um debate mais profundo — afirmou. — Acho que o governo não deveria ter proposto déficit zero logo no primeiro ano. Isso amarrou, engessou a capacidade de investimento do governo. Poderíamos ter estabelecido uma transição, mas há reformas importantes que precisam ser feitas.

 

Ao responder sobre o Pé-de-Meia, principal programa da pasta, Camilo respondeu que ele e o presidente Lula têm intenção de torná-lo universal, mas disse que o avanço tem sido limitado pela "questão orçamentária". Questionado sobre as chances de sucesso da iniciativa reverterem o quadro de baixa popularidade do governo, o ministro comparou a atual gestão ao mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

— Quando começarmos a debater, vamos comparar. Ir para uma reeleição sempre é um plebiscito. Vamos comparar os quatro anos do Bolsonaro com os quatro anos do Lula. Não estou falando só numa área, mas em todas. Inflação melhor, temos pleno emprego, menor índice de desigualdade, aumentamos a renda média, PIB crescendo, o Brasil tirou, em um ano, 15 milhões de brasileiros da fome — afirmou. — Lula é um candidato imbatível, independentemente de quem seja o concorrente.

Durante a entrevista, ele também se colocou contra as chances de redução do Fundeb, voltado para o financiamento da educação básica e composto pela arrecadação de impostos municipais e estaduais, complementados com recursos do governo federal. A diminuição da parcela de participação da União, no entanto, passou a ser considerada no início deste mês como parte do pacote de alternativas ao aumento do IOF apresentado pelo Ministério da Fazenda ao Congresso. Ao GLOBO, Camilo também havia dito que não tinha sido consultado sobre a mudança.

— Eu me posiciono totalmente contra. O investimento por aluno no ensino superior no Brasil já é no nível dos países desenvolvidos. Mas, quando vai para o ensino básico, é um terço. Então, é importante ter mais. Agora, claro que precisamos melhorar a governança, cobrar mais resultados — disse à Folha.

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