Sex, 05 de Dezembro

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Com trama mais equilibrada e boa resposta da audiência, "Dona de Mim" investe nas tramas secundárias

"Dona de Mim" é exibido pela TV Globo de segunda a sábado, às 19h20

Cena de "Dona de Mim"Cena de "Dona de Mim" - Foto: Globo/ Divulgação

Por conta do currículo de Rosane Svartman, que vem acumulando sucessos na faixa das sete, a audiência do primeiro mês de “Dona de Mim” foi arrebatadora para os tempos atuais, chegando a superar diversas vezes os números de “Vale Tudo”. Depois do promissor mês de maio, entretanto, a novela viu sua repercussão cair de forma abrupta, muito por conta da falta de sequências relevantes ao longo dos capítulos, que giravam em torno da disputa dos irmãos Abel e Jaques, papéis de Tony Ramos e Marcello Novaes.

Nesse contexto, até mesmo a história de Leona, mocinha interpretada por Clara Moneke, ficou em segundo plano. Carente de movimento e precisando chamar o público novamente para a história, Rosane Svartman seguiu à risca o plano inicial de matar Abel, o grande herói do enredo. A despedida foi digna do talento de Tony, equilibrando bons momentos de ação e emoção e provando a habilidade da autora em criar o clima perfeito para grandes viradas.

Apesar de arriscada, a tática deu certo e reverteu o momento de baixa em “Dona de Mim”. Agora não mais concentrada em Abel, a novela das sete conseguiu abrir um leque de possibilidades para utilizar seu bom elenco secundário, dando serventia a personagens até então mornos, como Tânia e Ricardo, de Aline Borges e Marcos Pasquim. Antes parceiros de Jaques, a dupla agora se diverte ao ter um trunfo sobre o grande vilão da trama. Escalação inusitada, os dois são bons exemplos de como atores experientes e fora do circuito de repetição promovido pela televisão podem dar um respiro às produções.

É por esse esquema criativo que segue a direção de atores idealizada por Allan Fiterman. Entre o realista e o teatral, existe uma unidade de atuação que integra todo o time de personagens, revelando bons momentos para nomes conhecidos do grande público, mas que há tempos estavam sem boas oportunidades de mostrar serviço, casos de Ernane Moraes, Claudia Abreu e, em especial, Suely Franco.

Com uma carreira premiada e parte importante da história da teledramaturgia brasileira, há tempos que Suely vinha sendo subutilizada pela tevê, trabalhando em humorísticos sem grande relevância, como “Os Suburbanos”, e atuando em papéis menores em tramas de Walcyr Carrasco, casos de “Êta Mundo Bom!” e “A Dona do Pedaço”. Senhora de seu ofício, na pele da justa Rosa, Suely vem entregando cenas inspiradas ao abordar as confusões mentais de uma idosa diagnosticada com Alzheimer. Com muita história pela frente, já que ultrapassará os 220 capítulos, “Dona de Mim” segue por um bom caminho rumo a tramas que reforçam a coragem e a paixão pelo inusitado da dupla Svartman e Fiterman.

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