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CINEMA

"Elio": nova animação da Pixar faz o público rir e chorar com aventura espacial cativante

Longa-metragem conta a história de um garoto abduzido por extraterrestres, misturando humor e emoção

"Elio" estreia nesta quinta-feira (19)"Elio" estreia nesta quinta-feira (19) - Foto: Divulgação/Disney

“Elio”, animação que estreia nesta quinta-feira (19) nos cinemas, é um alento criativo em meio à enxurrada de remakes e continuações que toma conta de Hollywood. Lançado quase um mês após o live-action de “Lilo & Stitch”, mas com uma divulgação muito mais tímida do que o seu colega de estúdio, o filme prova que, quando querem, Disney e Pixar ainda conseguem produzir algo original e cativante. 

O longa-metragem acompanha a jornada imperfeita de Elio, um garoto com um sonho inusitado: ser abduzido. Após tentativas incansáveis, ele é finalmente encontrado por alienígenas, que o levam até o Comuniverso, organização interplanetária que reúne representantes de diversas galáxias. 

Confundido com o embaixador da Terra, o menino resolve manter a farsa para conseguir viver entre os extraterrestres. Com seu jeito impulsivo, ele acaba no meio de uma crise de proporções intergalácticas, tentando mediar um diálogo pela paz, enquanto cria novos laços com seres de outros planetas.

Assim como a aventura do pequeno Elio, os bastidores da produção do desenho animado também foram cheios de obstáculos. Originalmente anunciado para março de 2024, o filme foi adiado em mais de um ano e, no meio disso, perdeu Adrian Molina, seu criador. Substituído por Domee Shi e Madeline Sharafian para poder se dedicar a “Viva 2”, o diretor ainda tem seu nome creditado no longa, mas muitos aspectos da ideia original foram alterados pela dupla. 
    
Mesmo não dando para saber como seria a versão finalizada por Molina, o fato é que o resultado obtido por Shi e Sharafian não decepciona. As duas entregam uma trama divertida e sensível, misturando ficção científica, humor e emoção, em uma aventura espacial que promete encantar na mesma medida crianças e adultos.

Com um traço de animação típico da Pixar, a produção aposta no lúdico, criando um espaço sideral completamente multicolorido e povoado por seres de formas excêntricas, com algumas referências a clássicos cinematográficos de exploração espacial. O 3D funciona bem, possibilitando uma experiência ainda mais marcante.   

No que diz respeito ao mote, “Elio” não fica tão distante de outras produções do gênero. O filme aborda temas como identidade, pertencimento, solidão, luto, amadurecimento, família e diversidade, que já foram explorados em outras animações de sucesso, especialmente as que levam o selo da Pixar. O diferencial está na construção de um universo totalmente novo, com abordagem lúdica e cheia de simbolismos.

Embora dialogue diretamente com o público infantil, “Elio” traz mensagens diretas para quem é pai, mãe ou qualquer adulto que conviva com alguma criança. No enredo, o protagonista perdeu os pais recentemente e vive com a tia em uma base militar. Aspirante a astronauta, Olga Sólis se vê em um cenário que não planejou para a própria vida, tendo que abrir mão dos seus sonhos para cuidar do sobrinho, quase sempre fracassando na missão de estabelecer uma conexão com ele.  

Do lado dos alienígenas, o filme também retrata tensão familiar. Glordon, com quem Elio desenvolve uma inesperada amizade, é o filho bondoso do Lord Grigon, implacável conquistador do planeta Hylurg e que declara guerra contra o Comuniverso. 

Gentil e generoso, o príncipe só quer a aprovação do pai, embora seja completamente diferente dele. Apresentado inicialmente como antagonista, Grigon demonstra camadas mais profundas com o desenvolver da trama, oferecendo ao final uma cena capaz de arrancar lágrimas de qualquer marmanjo - essa, aliás, é uma especialidade da Pixar. 

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