Em Brasília, Kleber Mendonça Filho lança "O agente secreto" e comenta condenação de Bolsonaro
Longa estrelado por Wagner Moura abriu Festival de Brasília do Cinema Brasileiro na noite desta sexta-feira (12)
O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro deu seu pontapé inicial na noite desta sexta-feira (12) com a exibição do aguardado “O agente secreto”, de Kleber Mendonça Filho. A sessão foi realizada em um lotado Cine Brasília. A procura de público foi tanta que a organização disponibilizou uma exibição extra do longa.
A première do longa, apontado como favorito para representar o Brasil no Oscar 2026, contou com a presença do diretor, da produtora Emilie Lesclaux e das atrizes Maria Fernanda Cândido e Alice Carvalho.
— Quando eu comecei a escrever “O agente secreto” eu achava que estava escrevendo um filme de época, o que é, mas com o tempo fui percebendo que era um filme sobre o Brasil dos últimos dez anos. Felizmente, estamos num momento muito melhor, especialmente com o que aconteceu nessa semana. Estava nos Estados Unidos na última semana e pude ver muitas pessoas citando o Brasil como exemplo — disse Kleber Mendonça Filho.
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A abertura da 58a edição do evento foi realizada um dia após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sua participação na trama golpista após as eleições de 2022. A decisão judicial, como não poderia deixar de ser, repercutiu no evento cinematográfico mais longevo do país.
Diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho/Foto: Davi Queiroz/Folha de Pernambuco— Que bela semana para sermos brasileiros — afirmou Joelma Gonzaga, secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, após gritos de “sem anistia” por parte do público. — Vencemos esta semana, mas não podemos esquecer que 2026 está logo aí e precisamos estar atentos sempre para proteger nossa democracia.
Com cerimonial comandado pelos atores Fabrício Boliveira e Luiza Garonce, a primeira noite de Brasília celebrou nomes que faleceram recentemente como o ator e crítico Jean-Claude Bernardet, o diretor Cacá Diegues e o documentarista Silvio Tendler.
O evento também celebrou um grande nome ainda em atuação: Fernanda Montenegro, que não pôde comparecer à noite. A dama do cinema brasileiro voltou a ser festejada na capital federal seis décadas após receber o Candango de melhor atriz pelo clássico "A falecida" (1965), de Leon Hirszman.
O Festival de Brasília acontece até o dia 20.

