Ter, 16 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Drama

Estrelado por Andrea Beltrão e Marina Lima, 'Verlust' aborda perdas e desejos

Diretor Esmir Filho fala sobre o filme, que chega às plataformas Now, VivoPlay e OiPlay a partir desta quinta-feira

Em "Verlust", Marina Lima e Andrea Beltrão vivem protagonistasEm "Verlust", Marina Lima e Andrea Beltrão vivem protagonistas - Foto: Divulgação

“Verlust”, palavra alemã que intitula o novo filme de Esmir Filho, significa perda. O termo “lust” sozinho, no entanto, pode ser traduzido como desejo. A tensão provocada pela intrínseca ligação entre essas duas forças movem os personagens do longa-metragem, que chega ao streaming, através das plataformas Now, VivoPlay e OiPlay, nesta quinta-feira (19).

No centro da trama está uma elite intelectual aparentemente desconstruída, mas ainda presa a certas convenções. Andrea Beltrão interpreta Francisca, uma empresária musical que conseguiu acumular muita riqueza cuidando da carreira da famosa cantora Lenny, interpretada por Marina Lima. Isolada em sua casa de praia com a filha adolescente (Fernanda Pavanelli) e o marido fotógrafo (Alfredo Castro), ela precisa lidar com as crises vividas no casamento, na relação com sua agenciada e na convivência com a filha. 

O filme é fruto da parceria entre Esmir Filho e Ismael Caneppele. Desde que assinaram juntos o roteiro do primeiro longa do diretor, “Os famosos e os duendes”, lançado em 2010, os dois vêm planejando um novo trabalho em conjunto. Ismael, que também é ator, surge em “Verlust” como o escritor João Wommer, que está produzindo uma misteriosa obra ao lado de Lenny. Sua presença acaba desestabilizando o castelo de aparências construído por Francisca. 

Enquanto os personagens vivem seus dilemas sentimentais, uma criatura do mar encalha na praia. Em paralelo ao roteiro do filme, Ismael escreveu um livro homônimo - que será lançado no próximo ano - narrando o ponto de vista do animal. É essa também a criação que seu personagem apresenta ao final da história. 

“Esse ser marinho carrega um simbolismo grande. Ele decide se desprender do coletivo para seguir seu caminho sozinho, porque está atada a um grupo, repetindo padrões de um modo de vida antigo, e sente que precisa mudar. Acho que todos os personagens do filme ecoam um pouco desses anseios de uma criatura que quer conhecer mais sobre si mesma”, comenta Esmir Filho, em entrevista à Folha de Pernambuco. 

Em sua primeira aparição no cinema com um papel fictício e de grande destaque, Marina Lima trouxe muito de sua trajetória e personalidade para a construção de Lenny. “A gente tinha em mente que esse personagem seria um ícone pop, independentemente de gênero, mas demorei para escolher quem faria. Não queria que fosse um ator ou atriz, mas alguém que trouxesse junto suas história e sua obra musical. E a Marina se abriu para isso”, explica. 

A cantora, que recebeu o convite durante a gravação de um podcast comandado por Esmir e Ismael, ficou intrigada com a proposta. “No começo, ela achou que faria só a trilha, mas a gente queria tudo. Quando houve a confirmação, resolvemos atualizar o roteiro pensando na Marina, incluindo as músicas que iriam entrar e colocando o disco ‘Marina Lima’ como um objeto importante. Foi bem legal que ela tenha topado esse jogo de verdade e ficção. Claro que ela se preparou para vestir um personagem, mas que representa a artista que ela é, sempre se reinventando”, afirma.

Antes da chegada de Marina, outras grande artista já estava inserida no projeto. Andrea Beltrão conheceu o roteiro ainda em 2012 e, desde então, mergulhou de cabeça no filme. “Ela ficou com a gente todos esses anos, inclusive, chegando a fazer defesa em edital, quando buscamos verba para a realização . Ela tomou o projeto como dela também, não só como atriz contratada. É muito bonito ver isso”, diz. 

Veja também

Newsletter