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TEATRO

Jesuíta Barbosa traz ao Recife a peça "Sonho Elétrico", seu retorno ao palcos após seis anos

Espetáculo da Companhia Brasileira de Teatro ganha apresentações no Teatro de Santa Isabel, desta sexta-feira até o domingo

Jesuíta Barbosa vive artista atingido por um raio em espetáculoJesuíta Barbosa vive artista atingido por um raio em espetáculo - Foto: Ethel Borges/Divulgação

O ano de 2025 tem sido bem proveitoso para Jesuíta Barbosa. Elogiado por sua interpretação como Ney Matogrosso no cinema, o ator pernambucano emendou a boa repercussão de “Homem com H” com o retorno aos palcos com a peça “Sonho Elétrico”, após seis anos longe do teatro. 

O artista se uniu à Companhia Brasileira de Teatro, que celebra 25 anos, em uma montagem com texto e direção de Marcio Abreu. Depois de estrear em São Paulo e passar por Porto Alegre, o espetáculo chega ao Recife para três apresentações no Teatro de Santa Isabel, desta sexta-feira (12) até o domingo (13). 

“O teatro foi o meu berço, onde comecei a atuar. Nunca deixei de ter o gosto pelo palco e de saber que é o lugar mais intenso, fluido e completo que eu já tive”, disse Jesuíta, em entrevista à Folha de Pernambuco. “Quando voltei a fazer, senti uma diferença grande no meu bem-estar. Posso te dizer que eu renasci”, completou. 
 

Na peça, o ator vive um músico, integrante de uma banda, que é atingido por um raio e entra em coma. A narrativa viaja pela mente do artista, no limite entre a vida e a morte, explorando memórias e sonhos. A trama dialoga com a obra do neurocientista Sidarta Ribeiro, especialmente com o livro “Sonho Manifesto: Dez Exercícios Urgentes de Otimismo Apocalíptico”. 

“Sonho Elétrico” dá continuidade ao espetáculo anterior da companhia, “Ao Vivo”, e de outras interlocuções com o trabalho de Sidarta. Em 2023, o grupo criou o “Voo Livre”, plataforma de intercâmbio e criação artística. O neurocientista participou de três encontros promovidos pelo projeto, contribuindo para o processo de pesquisa da companhia.

“O Sidarta é um desses pensadores de diversos campos que, nos últimos anos, vêm propondo uma nova possibilidade de construir a vida coletiva em um mundo estilhaçado”, aponta Marcio Ribeiro. “Antes de conhecê-lo pessoalmente, já via muitas conexões com a pesquisa que a companhia desenvolve há algum tempo sobre a relação entre memória íntima e memória coletiva, que está presente em ‘Ao Vivo’. ‘Sonho Elétrico’ aprofunda essa investigação, assim como a nossa próxima peça, que estreia no segundo semestre do ano que vem e tem o título provisório ‘História’”, detalhou. 

Para Jesuíta Barbosa, ao colocar artistas como personagens da narrativa, a peça provoca reflexões sobre a necessidade de reinvenção do mundo. “A arte cria esse espelho da realidade, para que a gente entenda que as coisas não são fixas. Marcio fez questão de colocar no texto a intenção de discutir questões ambientais e políticas. Acho isso importantíssimo, porque o artista representa o coletivo”, refletiu o ator, que divide as cenas com Jessyca Meyreles, Idylla Silmarovi e Cleomácio Inácio. 

Jesuíta nasceu em Salgueiro e cresceu em Parnamirim, ambas no Sertão de Pernambuco, até se mudar, aos dez anos, para Fortaleza, no Ceará, onde sua formação teatral ocorreu. Com a peça, ele ganha a oportunidade de se apresentar pela primeira vez no Teatro de Santa Isabel, mais emblemático palco de seu estado natal. 

“Recife é uma cidade que eu tenho muita estima, mas que não vivi com muita intensidade. Tenho [a cidade] como um lugar que quero continuar conhecendo, porque me sinto muito à vontade nela. Sinto que estou na minha terra e com pessoas minhas”, revelou.

Serviço:
Espetáculo “Sonho Elétrico”
Quando: hoje e amanhã, às 20h, e no domingo, às 8h
Onde: Teatro de Santa Isabel - Praça da República, s/n, Santo Antônio
Ingressos a partir de R$ 25, à venda no Sympla ou na bilheteria do teatro
Informações: @ciabrasileira (Instagram)
 

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