Orquestra Sinfônica do Recife celebra 95 anos com concerto histórico
Apresentação no Santuário de Nossa Senhora da Conceição homenageou compositores pernambucanos
A noite do Recife ganhou um toque de música nesta quarta-feira (30) com a celebração dos 95 anos da Orquestra Sinfônica do Recife, que aconteceu no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, no bairro de Casa Amarela, onde o grupo se apresentou em concerto pela primeira vez.
A comemoração teve início ainda na noite de terça-feira (29), com uma apresentação no Teatro de Santa Isabel, sede da Orquestra, com ingressos distribuídos gratuitamente. O programa foi o mesmo para os dois dias e teve regência compartilhada dos maestros Lanfranco Marcelletti, titular da Orquestra e José Renato Accioly, titular reserva, com a participação dos solistas Enock Chagas e Mizael França.
O repertório reuniu sete peças, com ênfase em compositores pernambucanos. Entre as músicas selecionadas para a apresentação estavam obras de Capiba, Clóvis Pereira, Maestro Duda, Nilson Lopes e Chico Science.
O público chegou a partir das 20h e lotou o Santuário, que recebeu os visitantes com acesso livre e gratuito, feito por ordem de chegada até a lotação máxima do local.
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O programa teve início com a abertura de “O Guarani”, de Carlos Gomes, obra central do repertório clássico brasileiro, seguida pela “Suíte Carmen”, do francês Georges Bizet. A partir daí, as peças foram dedicadas a compositores ligados à cena pernambucana.
Nilson Lopes foi representado pela “Suíte Nordeste” e Clóvis Pereira, pela “Dança Brasileira”.
Em seguida, a orquestra interpretou “Suíte Monet”, do Maestro Duda, ex-integrante do grupo e um dos nomes associados ao frevo recifense.A presença de Chico Science no repertório aconteceu por meio de uma suíte com composições do artista, rearranjadas por Melquíades Kidbone.
O encerramento ficou por conta de “Recife Cidade Lendária”, de Capiba, com arranjo de Heudes Peixoto.
A escolha do repertório foi feita para dialogar com a trajetória da Orquestra, que desde sua fundação, em 1930, construiu pontes entre o erudito e o popular. Criada por Walter Cox, Ernani Braga e Vicente Fittipaldi — este último seu primeiro maestro —, a Orquestra começou com o nome de Orquestra Sinfônica de Concertos Populares e passou a integrar a administração municipal em 1949. Foi nesse momento que adotou o nome atual.
Em 2018, a Orquestra foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Recife. Nos últimos anos, passou por mudanças que ampliaram sua atuação, como a chegada dos maestros atuais, o aumento do número de apresentações mensais e a inclusão de novos músicos selecionados por concurso da Prefeitura.

