Dom, 07 de Dezembro

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MATERNIDADE

Paolla Oliveira defende a escolha pela não-maternidade: 'Isso não me reduz'

Em entrevista à jornalista Maria Fortuna, a atriz conta que tinha vergonha de sua decisão, revela o que foi fundamental para tomar coragem de defender sua posição, e a de várias mulheres, publicamente e como essa realidade impactou sua vida profissional

Paolla Oliveira interpretando Heleninha no remake de 'Vale Tudo'Paolla Oliveira interpretando Heleninha no remake de 'Vale Tudo' - Foto: Manoella Mello/Globo

Paolla Oliveira se tornou uma voz importante pela direito de escolha da mulher pela não maternidade. Cobrada para se tornar mãe em vários momentos da vida, a atriz de 43 anos, disse em entrevista ao videocast 'Conversa vai, conversa vem', no ar no Youtube do Jornal OGLOBO e no Spotify, contou que sentia vergonha de revelar sua decisão pela não-maternidade. Ela revela o que foi fundamental para ganhar coragem de defender sua escolha e a de várias mulheres publicamente

Por defender a escolha pela não-maternidade foi acusada de ser insensível e contra a família... Como se sentiu?
Tinha tanta vergonha de falar. Começou em casa, meu pai falou: “Quando vai casar na igreja, com flor de laranjeira e ter filhos?”. Somos criadas para isso. A sociedade falou o tempo inteiro que se não tiver filhos é menos mulher. Comecei a arrumar um monte de artifício até perceber que não estava sozinha. Era a opção de 37% das mulheres. Fiquei mais confiante, assumi que era uma opção válida de liberdade que diz respeito apenas a mim. É uma escolha, tenho óvulos congelados e posso mudar de ideia. Toda hora que a gente se posiciona, isso te engaveta. Mas ainda é uma escolha válida, apesar de eu ter a possibilidade de mudar de ideia.

Essa escolha impacta sua vida profissional? Porque uma marca chegou a afirmar que não podia vender produtos para a família...
Vinha fazendo a campanha, mudaram as cabeças pensantes da marca e foi uma questão: “Temos que ver outra pessoa porque ela não é tão família”. Eu: “Família é o que? É só sobre ter ou não filhos? Eles são extensão, mas que outros aspectos familiares tenho que podem suprir isso?”. Teve discussão e, por dez anos, fiz essa campanha em que disseram (chora) que, talvez, eu não fosse mulher suficiente. Ou que não devia estar na sociedade como uma pessoa que tem família por não querer ser mãe. Provei que a gente pode falar de família, sobre as datas que nos são caras, ser amorosa e afetuosa por outros aspectos. Ser mãe é grandioso, só não é meu desejo. Mas isso não me reduz, isso não me diminui.

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