Projeto leva oficinas de pandeiro para pessoas cegas do Agreste de Pernambuco
"Pandeirada", idealizado pelo percussionista Isaac Souza, promove oficinas em Caruaru e Garanhuns, em junho
O projeto Pandeirada oferecerá oficinas gratuitas de pandeiro voltadas exclusivamente para pessoas cegas ou com baixa visão do Agreste pernambucano. A iniciativa conta com apoio da Lei Paulo Gustavo.
Nos próximos dias 2 e 3 de junho, as aulas acontecem em Caruaru, na sede da Associação Caruaruense de Cegos (ACACE); e nos dias 5 e 6 de junho, em Garanhuns, na sede da Associação dos Deficientes Visuais do Agreste Meridional de Pernambuco (ADVAMPE).
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Sobre o projeto
Idealizado pelo arte-educador e percussionista Isaac Souza, e com produção de Marcela Souza, o Pandeirada teve sua primeira edição no Recife, em 2024, com incentivo da Lei Paulo Gustavo do Recife.
Na ocasião, foram realizadas oficinas de pandeiro nas comunidades do Bode e do Coque, e na Associação Beneficente dos Cegos do Recife (ASSOBECER), atendendo a mais de 60 jovens e adultos, com aulas marcadas pela alegria, descoberta e fortalecimento comunitário.
Em 2025, o projeto se reinventa e se volta exclusivamente ao público com deficiência visual do Agreste de Pernambuco, com o objetivo de ampliar o acesso à cultura em todas as regiões do Estado. Ainda neste ano, também está prevista uma edição em Olinda, com recursos da Lei Aldir Blanc do município.
“Pensamos o pandeiro como um instrumento acessível e potente, que permite trabalhar coordenação, ritmo e expressão. Ele é uma verdadeira ponte entre o corpo e a cultura popular”, explica o músico e educador Isaac Souza. “Nossa missão é oferecer não só o aprendizado musical, mas também uma experiência de pertencimento e conexão”, complementa.
Com foco nos sentidos corporais como o tato e a audição, e utilizando instrumentos adaptados em alto relevo para garantir a autonomia e aprendizado, as aulas farão os alunos, literalmente, sentirem a música. A metodologia das oficinas inclui aulas práticas, uso de audiodescrição e exercícios corporais e rítmicos. Ao final das aulas, os participantes farão uma apresentação musical aberta a amigos e familiares para apresentar as habilidades desenvolvidas.
Segundo Marcela Souza, o impacto vai além da música. “Essa vivência tem um valor imensurável para os participantes. Apresentar uma oportunidade de inclusão, usando a música como uma atividade terapêutica e formação de novos pandeiristas. Quebrando barreiras sociais, tendo as associações como espaço de afeto, escuta e autonomia. Estamos promovendo uma verdadeira transformação social por meio da cultura, valorizando a música de tradição ”, opina.
SERVIÇO:
Projeto Pandeirada
Quando:
2 e 3 de junho, na ACACE (Av. Manoel José da Silva, 1 - Jardim Boa Vista, Caruaru - PE)
5 e 6 de junho, na ADVAMPE (R. Prof. Soriano Furtado, 383-301 - Severiano Moraes Filho, Garanhuns - PE)
Gratuito
Mais informações: Instagram @pandeirada | @acacecaruaru | @advampedv

