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CINEMA

Tapete vermelho, choro de Lula e frevo: como foi sessão especial de "O Agente Secreto" no Alvorada

Presidente reforçou discurso de soberania nacional e disse que o elenco do longa-metragem de Kleber Mendonça Filho "era obra de Deus" ao povo brasileiro

Lula e Janja receber o ator Wagner Moura e o cineasta pernambucano Kleber Mendonça FilhoLula e Janja receber o ator Wagner Moura e o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho - Foto: Ricardo Stuckert / PR

Com tapete vermelho, apresentação de frevo e fala emocionada do anfitrião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja da Silva recebem na noite desta quinta-feira convidados no Palácio da Alvorada para uma sessão especial de 'O Agente Secreto'.

Ao lado do protagonista da trama, Wagner Moura, Lula chorou ao lembrar da situação das crianças palestinas na Faixa de Gaza, reforçou novamente o discurso de soberania nacional sem citar o embate com Estados Unidos e disse que o elenco do longa-metragem de Kleber Mendonça Filho "era obra de Deus" ao povo brasileiro: 

—Esse filme de vocês é uma lição de dignidade para que nós brasileiros aprendamos de uma única vez que a gente não é menor do que ninguém. A gente não é menos sabido do que ninguém, não é mais feio do que ninguém e ser tratado como ser humano porque nós gostamos de gente. Gostamos do povo e de almas humanas, por isso tratamos todo mundo com respeito. Acredito tanto em Deus que acho que vocês todos são obras de Deus ao povo brasileiro — disse Lula. 

 

O presidente também lembrou que o Brasil saiu do Mapa da Fome nesta semana e citou que essa é uma conquista que merece um Oscar. Lula também chorou ao lembrar da situação de crianças em Gaza e disse que a cultura é "temida" por dar consciência política à população:

— Quantas crianças vão morrer indo na fila buscar alimento.... Chegamos à cretinice de dar comida e água para as crianças e matá-los. A cultura é temida porque cultura dá consciência política, informação, a cultura não deixa a gente ser submisso, faz a gente ser revolucionário. Não revolucionário de arma, mas revolucionário de comportamento, revolucionário de ideias — disse Lula.

Wagner Moura elogiou a atenção que a gestão petista dá a cultura e a recriação do ministério voltado à área, que havia sido extinto no governo anterior:

— Um filme é sempre importante em qualquer momento, a cultura é sempre importante e como é importante viver em um país que o presidente gosta de cultura e que respeita sua cultura — disse.

Integrantes do elenco, ministros do governo e políticos foram recepcionados para um coquetel e uma seção exclusiva do longa metragem no Cine Alvorada.

Entre integrantes do primeiro escalão, estavam a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, da Comunicações, Frederico Siqueira Filho, de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, da Secom, Sidônio Palmeira, e da AGU, Jorge Messias. Também acompanham a exibição parlamentares pernambucanos como o senador Humberto Costa (PT-PB), senadora Tereza Leitão (PT-PB) e líder do PSB na Câmara, Pedro Campos (PSB-PB).

Premiado no Festival de Cannes, na França, o longa se passa no Recife e foi exibido pela vez no Brasil nesta quinta-feira. A estreia nacional está prevista para 6 de novembro.

— O Agente Secreto é um filme que fala sobre o Brasil e a lógica do nosso país. E a lógica do nosso país em relação ao poder e a história. Estou muito ansioso para que esse filme seja visto pelo povo brasileiro. Faz total sentido que estejamos exibindo esse filme pela primeira vez no Brasil na casa do presidente Lula — afirmou o diretor Kleber Mendonça Filho.

Considerado um dos filmes brasileiros mais aguardados do ano, "O agente secreto", será o longa de abertura do 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O evento, que comemora 60 anos em 2025, acontece entre os dias 12 e 20 de setembro, na capital federal. "O agente secreto" foi um dos destaques do Festival de Cannes de 2025, de onde saiu com os prêmios de melhor direção, para Mendonça Filho, e melhor ator, para Wagner Moura.

Ambientado no final dos anos 1970, durante a ditadura militar brasileira, o longa acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia que foge de um passado misterioso e volta ao Recife em busca de paz, mas logo percebe que o clima não é dos melhores. Além de Wagner Moura e Alice Carvalho, o elenco reúne nomes como Gabriel Leone, Maria Fernanda Cândido, Hermila Guedes, Thomás Aquino e Udo Kier.

No exterior, o filme já passou pelo Festival de Cannes, na França, onde fez sua estreia mundial e foi premiado como as estatuetas de melhor diretor e melhor ator. Ele também foi exibido gratuitamente nos jardins do Museu do Louvre, em Paris, pelo festival Cinéma Paradiso Louvre, no Festival de Cinema New Horizons, em Wroclaw, na Polônia, e no Festival de Cinema de Sydney, na Austrália.

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