Sáb, 06 de Dezembro

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Ferrovia

Trecho da Transnordestina em PE deve ser concluído até 2029, diz André Ludolfo, da Infra S.A.

Diretor da estatal é um dos participantes do seminário "Conexões Transnordestina - A Ferrovia que Mudará Pernambuco", que está sendo realizado em Petrolina

Ludolfo: "É uma ferrovia estratégica, talvez não só para a região Nordeste, mas para todo o Brasil"Ludolfo: "É uma ferrovia estratégica, talvez não só para a região Nordeste, mas para todo o Brasil" - Foto: Elvis Aleluia/Ascom/Sudene

O engenheiro civil André Luís Ludolfo, diretor de Empreendimentos da Infra S.A., empresa pública federal vinculada ao Ministério dos Transportes que atua no planejamento, estruturação de projetos e engenharia do trecho de Pernambuco da Transnordestina, disse que as obras no estado, paralisadas há mais de dez anos, estão com 38% delas concluídas. O percentual representa 179 quilômetros dos 544 quilômetros do ramal inteiro.

Ludolfo está participando, na manhã desta quarta-feira (13), da segunda rodada da série de sete seminários “Conexões Transnordestina – A Ferrovia que Mudará Pernambuco”, iniciativa do portal Movimento Econômico, com patrocínio do governo de Pernambuco e da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que está sendo realizada em Petrolina.

O trecho Salgueiro-Suape da Transnordestina está orçado em R$ 3,5 bilhões. “A nossa expectativa, mantendo todo o ritmo, as contratações, as empresas cumprindo com seus cronogramas, é que as obras sejam concluídas no ano de 2029”, garantiu.

Para ele, a ferrovia estratégica não só para a região Nordeste, mas para todo o Brasil. "Vai-se criar um novo corredor logístico, gerar competitividade, gerar empregos, movimentação de renda. Então, é fundamental essa ferrovia para o desenvolvimento não só de Pernambuco, da Região Nordeste, mas para todo o Brasil”, acrescentou.

Segundo Ludolfo, quando se retoma um trecho de um ferrovia que está parado há mais de uma década, é preciso realizar uma série de etapas preliminares para que se tenha capacidade, enquanto administração pública, de publicar futuramente o edital com segurança daquilo que vai ser executado. Ainda de acordo com Ludolfo, os projetos básicos já foram contratados.

“A gente recebeu muitos questionamentos na época porque não conseguiu licitar logo de cara o trecho, sendo que já havia parte dos projetos elaborados pela Transnordestina. Um projeto privado, uma construção de uma ferrovia privada é diferente de uma que vai passar por um processo de concorrência de licitação para uma obra pública. Então, não tínhamos as mesmas premissas, as mesmas características de projeto”, lembrou.

Foi preciso, então, segundo ele, contratar as empresas para que se pudesse atualizar os projetos e colocá-los nos padrões, nos moldes da Infra S.A. para a futura contratação de obra pública. “Já contratamos, já está em curso, na verdade, o serviço de gestão fundiária e desapropriação, no trecho Salgueiro-Suape”, acrescentou

Ludolfo esclareceu que o ramal da ferrovia em Pernambuco é de muita complexidade do ponto de vista de gestão fundiária e ambiental porque, como as obras ficaram paralisadas muito tempo, o trecho especialmente da face de domínio não tinha guarda nem vigilância, o que ocasionou invasões e algumas construções. “Então, estamos já fazendo esse levantamento de gestão fundiária para que a obra possa fluir de uma forma mais tranquila sem esses impedimentos”, esclareceu.

Para o executivo, quando a Infra S.A. mostra que as contratações, os produtos, os serviços já estão em andamento para o trecho Salgueiro-Suape, isso demonstra o compromisso da administração pública, do Ministério dos Transportes, do Governo Federal em retomar as obras. “Estamos falando de uma obra linear, que tem que ir para uma frente desimpedida. A cada desapropriação, a cada problema que se encontra, vai se quebrando a sinergia e o ritmo que a obra pode ter. Já contratamos também os estudos de licenciamento ambiental”, revelou.

Há um compromisso do governo federal, do Ministério dos Transportes e da bancada de políticos de Pernambuco, disse ele, em proporcionar os recursos necessários para o avanço das obras. “A obra tem um ritmo, naturalmente não precisa da disponibilidade desse recurso de uma forma imediata. A partir do momento que se vai contratando os editais, vai iniciando as obras, há um compromisso de que sejam liberados recursos para que elas não fiquem paralisadas”, afirmou.

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