Seg, 08 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
Pix Automático

BC vai publicar regra para evitar fraudes no Pix Automático com empresas falsas

Medida exigirá que empresas tenham CNPJ ativo há pelo menos seis meses e nome idêntico ao da Receita Federal; consumidor será notificado antes de cada cobrança e poderá cancelar até a véspera

Boletos poderão ser pagos via PIX a partir desta segunda Boletos poderão ser pagos via PIX a partir desta segunda  - Foto: Reprodução / Banco Central do Brasil

O Banco Central vai publicar nesta semana uma resolução com regras específicas para a adesão de empresas ao Pix Automático, modalidade que permitirá pagamentos recorrentes com apenas uma autorização do cliente.

Entre as exigências para adotar o recurso, estão a obrigatoriedade de que a empresa tenha CNPJ ativo há pelo menos seis meses e que o nome informado na cobrança seja idêntico ao registrado na Receita Federal.

O objetivo das regras é evitar fraudes, como tentativas de empresas falsas simularem nomes semelhantes aos de marcas conhecidas para enganar consumidores.

Segundo Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, caberá também ao provedor de serviços de pagamento verificar a idoneidade da empresa antes de habilitá-la para usar o Pix Automático.

— Imagine um fraudador que escreva ‘Light’ de um jeito diferente e faça uma demanda de Pix automático. O consumidor poderia concordar com ela e pagaria o fraudador todo o mês. Nossa equação previne exatamente esse tipo de problema — afirmou Gomes, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, em São Paulo.

Segundo o BC, tanto o nome fantasia quanto a razão social da empresa serão exibidos ao consumidor no momento da autorização do Pix Automático, o que é feito uma única vez.

O nome da empresa também constará nas notificações padronizadas que o usuário receberá entre 10 e 2 dias antes do débito.

Embora todas as instituições financeiras que operam o Pix sejam obrigadas a oferecer a funcionalidade aos clientes pagadores (consumidores financeiras), a adesão pelas empresas recebedoras é facultativa.

Para adotar o recurso, a empresa precisa procurar um banco ou instituição de pagamento e solicitar que a funcionalidade seja habilitada.

Se não houver saldo suficiente na conta no dia do pagamento, o sistema permitirá até três novas tentativas de cobrança nos dias seguintes. Se todas falharem, o cliente será considerado inadimplente e a regularização deverá ser feita diretamente com a empresa — que pode aplicar juros ou multa, conforme previsto em contrato

— Se nenhuma das três tentativas der certo, o consumidor fica inadimplente. A renegociação, nesse caso, é entre ele e a empresa — explicou Renato Gomes durante o "Conexão Pix", evento para o lançamento da nova modalidade.

A expctativa de Gomes é de que o Pix Automático reduzia a inadimplência, já que o consumidor será notificado com antecedência sobre cada cobrança e terá a opção de definir um valor máximo e cancelar o pagamento até a véspera.

Isso, segundo os diretores do BC, deve reduzir o receio de autorizar pagamentos recorrentes, algo comum hoje no débito automático, e estimular a regularidade nos pagamentos.

Apesar do lançamento em evento em São Paulo, nesta quarta-feira, a operação da funcionalidade começa no dia 16 de junho.

A modalidade deverá ser usada para contas periódicas como luz, água, telefone, assinatura de streaming, mensalidade de escola, de academia ou de condomínio.

O BC ressaltou que mais de 60 milhões de brasileiros ainda não têm cartão de crédito, um público que poderá ser incluído a partir dessa nova funcionalidade.

Veja também

Newsletter