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Braskem avalia venda nos EUA enquanto Tanure avança em plano para comprar parte da empresa

Petrobras quer ainda ampliar poder de gestão na sexta maior petroquímica do mundo

Além das operações nos EUA, a Braskem possui unidades no México e na Alemanha.Há ainda escritórios na Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Holanda e SingapuraAlém das operações nos EUA, a Braskem possui unidades no México e na Alemanha.Há ainda escritórios na Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Holanda e Singapura - Foto: Divulgação

Sexta maior petroquímica do mundo, a Braskem está planejando vender suas operações nos Estados Unidos. De acordo com o colunista Lauro Jardim, a companhia estaria negociando com a Unipar as unidades industriais de produção de polipropileno no Texas, na Pensilvânia e em West Virginia. O negócio gira em torno de US$ 1 bilhão.

Segundo uma fonte que participa do processo, as conversas estão em andamento, mas ainda não há nada definido. Em nota, a companhia disse que as plantas nos EUA são parte integrante da estratégia da empresa.

“A manutenção das plantas dos EUA é fundamental para a realização dessa estratégia”, disse a Braskem.

A negociação de venda está sendo conduzida diretamente pela Novonor (ex-Odebrecht), que detém 50,1% do capital votante da empresa.

Além das operações nos EUA, a Braskem possui unidades no México e na Alemanha.Há ainda escritórios na Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Holanda e Singapura.

Há três semanas, a Petroquímica Verde Fundo de Investimento em Participações, ligada ao empresário Nelson Tanure, e a Braskem notificaram o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), solicitando autorização para uma potencial transação envolvendo as ações da Novonor.

A Petrobras, por sua vez, que possui 47% do capital votante da Braskem, quer participar dessas negociações e também fez uma notificação no Cade.

Em entrevista ao Glono, Magda Chambriard, presidente da Petrobras, disse que precisa saber quais são as intenções do novo sócio.  Ela lembrou que deseja que a estatal tenha maior poder de gestão na empresa.

“A Petrobras não concorda com a completa independência da Braskem. Na empresa, cada ativo trabalha por si, sem se relacionar com a diretoria colegiada que define os rumos. A gente não concorda. Precisamos exercer mais poder na Braskem. Queremos exacerbar as sinergias entre Petrobras e Braskem. Não é útil para a gente uma Braskem independente demais, porque a gente perde essa sinergia. E, perdendo sinergia, você deixa dinheiro sobre a mesa”, disse Magda.

Segundo fontes, a estratégia entre Braskem e Tanure envolve a criação de um fundo de private equity (de participações acionárias). A ideia é que o fundo reúna as ações da Braskem em posse da Novonor e que foram dadas como garantia aos bancos credores — como Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e BNDES — em decorrência do processo de recuperação judicial da holding Novonor.

A proposta é que o novo investidor compre a maior parte das ações da Novonor por meio desse fundo, em um processo que poderia incluir ainda uma capitalização da Braskem. Esse investidor passaria a controlar o fundo diretamente, sem a presença dos bancos, adquirindo os créditos desses credores previamente, por meio de um processo de renegociação.

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