Compra do Master pelo BRB tem riscos de execução e integração, diz Moody's
Agência de classificação de risco alerta que estrutura complexa do Master e governança do BRB podem resultar em problemas de integração
A compra do banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) apresenta riscos de execução e integração devido ao fato de envolver um banco público, com governança complexa, e um banco privado com estrutura complexa e alta concentração de empréstimos, uma parte deles sendo "recebíveis ilíquidos".
A avaliação é da agência de classificação de risco Moody's, que divulgou relatório sobre a operação nesta quarta-feira.
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"Os riscos de execução e integração incluem o status público do BRB, que envolve uma estrutura de governança complexa, e os empréstimos altamente concentrados do Master, parte deles estruturados em fundos de investimento de recebíveis ilíquidos", escreveu a agência no relatório divulgado a clientes.
A Moody's pondera que embora a aquisição tenha potencial de aumentar a diversificação de negócios do BRB e a capacidade de ganhos de médio prazo, a estratégia complexa de crescimento do banco Master, de tamanho similar ao BRB, aumenta os riscos.
A agência lembra que o Master buscou uma estratégia de crescimento acelerado, tanto organicamente quanto por meio de aquisições de banco de investimento, seguros e banco digital.
Em menos de quatro anos, tornou-se a 25ª maior instituição financeira do Brasil em ativos em junho de 2024. Em 2021, estava na 77ª posição.
Durante esse período, estabeleceu presença em cartões de crédito consignados, serviços de câmbio e empréstimos corporativos, áreas que são complementares à operação regional do BRB.
Com o negócio, afirma a agência, o BRB quer expandir sua atuação e melhorar sua baixa lucratividade, que tem sido pressionada desde 2021.
A Moodys lembra que o BRB não deterá a maioria das ações com direito a voto da Master e, como parte do acordo de acionistas, terá voto apenas em alguns comitês
"Como o preço de aquisição é um desconto de 25% em relação ao valor contábil do Master, o impacto no capital do BRB deve ser positivo.
Mas ainda há um alto grau de incerteza neste ponto", afirma.

