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Energia

Fórum Nordeste: Painel debate o potencial em energia renovável do Brasil

O palestrante Plínio Nastari ressalta a força do País em relação ao resto do mundo

Plínio Nastari no Fórum NordestePlínio Nastari no Fórum Nordeste - Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

O Brasil tem um enorme potencial para gerar energia renovável e a força do País está no topo do mundo neste quesito. A avaliação é do presidente e CEO da DATAGRO Consultoria, Plínio Nastari, durante o painel “O Potencial do Brasil na Transição Energética” realizado nesta segunda-feira (2) durante a 13ª edição do Fórum Nordeste.

O painel ainda contou com a participção do presidente do Grupo EQM - realizador do Fórum -, Eduardo de Queiroz Monteiro. Além dele, também debateram o tema a diretora da Agroserra Industrial e FIEMA - Maranhão, Cintia Cristina Ticianeli; além do presidente Executivo da União Nacional de Etanol de Milho; Guilherme Nolasco; tendo como mediador o presidente do Sindaçúcar Alagoas, Pedro Robério Nogueira.   

"Transição energética é segurança energética, segurança alimentar e está na agenda do mundo inteiro. O Brasil está na direção certa ao criar um arcabouço legal que atrai investimentos para transação energética", enfatizou o palestrante. 

A transição energética no Brasil pode ser considerada um processo contínuo, iniciado há décadas com a ênfase em hidrelétricas. Olhando para o cenário mundial, o País tem uma posição privilegiada quando se trata do tema. Aproximadamente 50% da matriz energética e 93% da matriz elétrica são limpas e sustentáveis. No mundo, a média de produção de energia renovável está em 14,7%. Em solo brasileiro, a cana-de-açúcar, por exemplo, é responsável por 16,9% da energia limpa. "O Brasil é renovável em grande medida muito por conta da cana-de-açúcar", destaca Nastari.  
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Combustível do Futuro
Recentemente, uma série de medidas foram tomadas pelo governo brasileiro com o objetivo de impulsionar essa transição, com foco em combustíveis mais sustentáveis e na redução das emissões de carbono. Entre as iniciativas, está a aprovação do Projeto de Lei 528/2020, conhecido como Combustível do Futuro, em março deste ano.

O projeto estabelece políticas de baixo carbono nos combustíveis, aumentando a quantidade de etanol misturada à gasolina e de biodiesel ao diesel. Além do Combustível do Futuro, o Programa de Mobilidade Verde e Inovação - conhecido como Mover - e o RenovaBio são outras peças fundamentais dessa busca por um mundo mais verde. 

"É importante estarmos olhando para estas políticas públicas, para que se concretize e que o setor privado dê a imediata resposta em investimento, aumento de capacidade de produção, contribuindo com as metas internacionais de descarbonização do país, das empresas, das companhias aéreas", pontuou Guilherme Nolasco. 

  • Plínio Nastari fala sobre
    Plínio Nastari fala sobre "O Potencial do Brasil na Transição Energética". Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco
  • Plínio Nastari fala sobre
    Plínio Nastari fala sobre "O Potencial do Brasil na Transição Energética". Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco
  • "O Potencial do Brasil na Transição Energética" foi debate no Fórum Nordeste 2024. Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco
  • Presidente do Grupo EQM, Eduardo de Queiroz Monteiro falou sobre
    Presidente do Grupo EQM, Eduardo de Queiroz Monteiro falou sobre "O Potencial do Brasil na Transição Energética", no Fórum Nordeste 2024. Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco
  • Diretora da Agroserra Industrial e FIEMA - Maranhão, Cintia Cristina Ticianeli, debateu
    Diretora da Agroserra Industrial e FIEMA - Maranhão, Cintia Cristina Ticianeli, debateu "O Potencial do Brasil na Transição Energética", no Fórum Nordeste 2024. Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco
  • Presidente Executivo da União Nacional de Etanol de Milho, Guilherme Nolasco, falou sobre
    Presidente Executivo da União Nacional de Etanol de Milho, Guilherme Nolasco, falou sobre "O Potencial do Brasil na Transição Energética", no Fórum Nordeste 2024. Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco

Conscientização

A transição energética para uma economia de baixo carbono deve passar, inclusive, por uma conscientização da sociedade. Usando o exemplo do transporte, autoridades e população devem avaliar o uso de combustíveis renováveis, como o etanol. Com uma produção anual de 31 bilhões de litros, o Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo. 

"Das 20 maiores economias do mundo, o Brasil já é a que tem a energia mais renovável, mas poderíamos ter uma proporção ainda maior. Na área de uso de combustível em veículos leves, hoje 86% da frota é flex, mas só 29,1% usa etanol. Poderíamos estar nos mesmos niveis de 2018, com 41,5%, por exemplo. Se tivéssemos fazendo uma utilização maior de etanol, estaríamos superando até os 50% de renováveis na nossa matriz", ressaltou Plínio Nastari.

"Somos produtores legítimos de etanol, que está aí há muitos anos gerando empregos, renda e sendo baixa sustenção para a economia de muitos estados. Essa conscientização tem que vir de uma valorização do que já temos. É olhar mais para o que fazemos e menos para o que falamos", completou Cintia Cristina. 

 

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