Sáb, 06 de Dezembro

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Mercado imobiliário

Mercado imobiliário da Região Metropolitana do Recife cresce com habitação de interesse social

Levantamento encomendado pela Ademi-PE revelou um cenário de aquecimento no mercado local, impulsionado principalmente pelo segmento de interesse social

Rafael Simões, presidente da Ademi-PERafael Simões, presidente da Ademi-PE - Foto: Juana Carvalho

Estudo da Brain Inteligência informou que o mercado imobiliário da Região Metropolitana do Recife (RMR) segue sendo impulsionado pela habitação de interesse social. O estudo foi encomendado pela Associação de Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE) e divulgado na noite de quarta (11) no evento Conexão Ademi-PE 2025.

O estudo também analisou os principais centros urbanos, dando destaque ao Porto Maravilha e o Reviver Centro, exemplos de revitalizações urbanas bem-sucedidas do Rio de Janeiro.

O levantamento revelou um cenário de aquecimento no mercado local, impulsionado principalmente pelo segmento de interesse social. Os imóveis enquadrados nas regras do programa Minha Casa Minha Vida continuam a dominar as ofertas. Eles representam 53,7% das unidades verticais lançadas no trimestre da RMR.

Lançamentos de médio padrão vêm na sequência, com 33,0%, enquanto os compactos respondem por 12,2%. O mercado de luxo, embora com números positivos, ainda representa uma parcela menor, com 1,1% das unidades lançadas.

O bairro de Boa Viagem continua na ponta dos lançamentos imobiliários verticais no Recife, concentrando 31% das novas unidades no primeiro trimestre de 2025. Após Boa Viagem, a Imbiribeira se destaca com 27% das unidades verticais lançadas nos três primeiros meses do ano. Em seguida, aparecem Casa Forte e Rosarinho, com 11,2% e 7,7%, respectivamente, completando o rol dos cinco bairros com mais lançamentos no período.

Crescimento expressivo no Recife

A análise da Brain Inteligência aponta para um aumento acentuado no total de lançamentos no primeiro trimestre deste ano. O Recife foi responsável por 993 unidades verticais, um crescimento notável de 92,4% em relação ao mesmo período de 2024, quando registrou 516 lançamentos. Em contrapartida, os imóveis lançados na Região Metropolitana aumentaram 61,3%, com 874 unidades lançadas em comparação às 542 do primeiro trimestre do ano anterior.

Essa disparidade entre a capital e a RMR se torna ainda mais evidente ao analisar o número de empreendimentos. No primeiro trimestre de 2025, a Região Metropolitana recebeu apenas três lançamentos de empreendimentos. O número representa uma queda de 72,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o Recife, com nove empreendimentos no trimestre, apresentou aumento de 28,6% em comparação com os lançamentos na capital no mesmo período de 2024.

Urbanização de centros urbanos

A urbanização dos centros urbanos foi o tema central do Conexão Ademi-PE. O assunto também foi objeto de debate com a participação da da especialista em Inteligência de Mercado da Brain, Gisele Pereira, de Leandro Vasconcelos, diretor comercial e logística da Aço Verde Brasil, e Avelar Loureiro Filho, diretor-presidente da ACLF Empreendimentos.

Com base no primeiro trimestre deste ano, o consenso é que os números de empreendimentos e lançamentos verticais passem por transformações significativas nos próximos anos. Isso se deve, em grande parte, aos incentivos promovidos pelo Recentro e pelas recentes regras de financiamento divulgadas pela Caixa Econômica Federal com para retrofit. Esses incentivos são considerados cruciais e visam, sobretudo, atrair investidores para os bairros do Centro do Recife.

Presidente da Ademi-PE Rafael Simões pretende transformar esse Centro em um "case de sucesso", seguindo exemplos como o Porto Maravilha e o Reviver Centro, no Rio de Janeiro. Os projetos, focados na zona portuária e em um trecho maior do centro histórico, conseguiram atrair moradores, empresas e infraestrutura, tornando as cidades mais vibrantes.

"São projetos que, com incentivos fiscais diretos, como redução de ITBI, ISS, remissão de dívidas municipais, assim como incentivos urbanísticos e flexibilização de regras, tais como de área mínima de unidades, vagas de estacionamento, entre outros, tornaram a região de interesse para o mercado imobiliário local e é um dos maiores cases na área de habitação, sobretudo na de interesse social, que o Recife tanto precisa", comenta Rafael Simões, destacando o potencial de transformação para a capital pernambucana.

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