Multimodal Nordeste consolida estado como polo logístico
Feira, que este ano chega a sua segunda edição, reúne mais de 100 expositores e já é a segunda maior do setor no Brasil, atrás apenas da tradicional Intermodal, de São Paulo
Com mais de 100 expositores e expectativa de receber um público de 10 mil pessoas, a Multimodal Nordeste 2025, feira voltada para o setor logístico, teve início ontem, no Recife Expo Center, na área central da capital pernambucana. Além da feira, profissionais, empresários e especialistas do setor se reúnem para discutir o futuro da logística por meio de painéis, palestras e debates até amanhã.
Prestigiaram a abertura do evento o presidente do Grupo EQM e fundador da Folha de Pernambuco, Eduardo de Queiroz Monteiro; o secretário de Mobilidade e Infraestrutura de Pernambuco, André Teixeira; o presidente da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), Eduardo Loyo; o presidente do Porto do Recife, Paulo Nery, entre outras autoridades.
O diretor do grupo Agemar, Manoel Ferreira, destacou Pernambuco como um polo logístico estratégico. “Essa feira, hoje, representa o segundo evento mais importante do país, depois da Intermodal, em São Paulo. É uma feira que dobrou de tamanho em um ano. Não tenho dúvida que está consolidada”, declarou.
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Força
A força logística de Pernambuco também foi ressaltada pelo diretor da feira, Domênico Carneiro.
“A gente acabou de lançar um documento que vai juntar as necessidades identificadas por segmentos como indústria e logística, para apresentar ao governo, ao município do Recife e à Região Metropolitana. Para unir todos em volta de uma só pauta. É muito importante para o estado e para a logística do Nordeste”, enfatizou Domênico.
O organizador estava acompanhado por familiares: a esposa, Maria Leticia Mota; o filho Joaquim Carneiro; a sogra, Maria Celina Magalhães Menezes; e a cunhada, Renata Mota.
O secretário de Mobilidade e Infraestrutura, André Teixeira, apresentou os investimentos realizados pelo governo do estado, principalmente nos portos, aeroportos e rodovias.
“A governadora Raquel Lyra já investiu mais de R$ 2,6 bilhões em estradas desde 2023 e pretende finalizar até o final do ano que vem R$ 5 bilhões. Isso é desenvolvimento econômico, isso é logística, isso é entrega para que as empresas possam crescer aqui dentro do nosso estado”, expôs.
Turismo
O presidente da Empetur, Eduardo Loyo, chamando a atenção para a movimentação econômica que o evento proporciona, declarou que o turismo de Pernambuco é multissetorial e que a feira é um exemplo da capacidade que o estado tem para o turismo de negócios.
“Com isso aqui a gente movimenta mais de 52 atividades econômicas ligadas ao turismo que impulsiona toda a nossa região por esse período”, esclareceu.
O presidente do Porto do Recife, Paulo Nery, anunciou a criação de uma coordenadoria para cuidar exclusivamente da pauta aliado a um esforço para recuperar a história de mais de 100 anos do atracadouro.
“Temos realizado um trabalho de transformação para um porto mais eficiente e mais inovador. Apresentaremos, ainda este mês, uma nova coordenadoria de Inovação e Tecnologia no Porto do Recife”, enfatizou.
O diretor da Trading Sucden no Nordeste, Fernando Uchôa, enfatizou que é no Porto do Recife onde está o terminal graneleiro de açúcar mais antigo do país. Ele acredita que é preciso ter um olhar diferente para o equipamento, atraindo investimentos e buscando novos destinos. Uchôa acredita que a presença na feira é um passo importante nesse sentido.
“Essa feira é muito importante porque ajuda a atrair novos negócios”, disse.
Aliado à inovação, o investimento em infraestrutura faz-se necessário para ampliar a capacidade de movimentação de cargas. Foi isso que a Coordenadora Administrativa do Porto do Recife, Luciana Uchôa, frisou ao citar a busca por uma nova dragagem do governo federal.
“A gente está trabalhando nisso, buscando junto com o governo federal, porque a dragagem é o que nos favorece, nos permite trazer navios com maior capacidade de carga. O porto vive de movimentação de carga, e não de locação de área. Então, para movimentar a carga, a dragagem é essencial”, assinalou.
Suape
Com o mesmo objetivo, o Porto de Suape, que também participa da Multimodal Nordeste 2025, tem feito investimentos para atrair novas empresas e consolidar o crescimento. O diretor de Relações Internacionais e Governamentais e de Desenvolvimento e Gestão Industrial do Complexo Portuário de Suape, Armando Peixoto, afirmou que o ancoradouro se destaca dos demais pela disponibilidade de área.
“Quando se compara com outros portos, mais especificamente Santos, Salvador, para um empreendimento novo chegar, via de regra, outro tem que sair, porque há déficit de área. Então, o grande diferencial de Suape é a área disponível, tanto na zona portuária, que é o coração do porto, como na zona industrial”, pontuou.
Com escritórios de Salvador ao Rio Grande do Norte, o sócio administrador da Irmãos Britto, Luciano Britto, destacou a importância da presença da empresa no cenário logístico do Nordeste. Para ele, participar de eventos como a Multimodal Nordeste 2025 é uma forma de divulgar os serviços da empresa, que vão do agenciamento marítimo à operação portuária.
“Os portos hoje praticamente não têm equipamentos. Então, precisamos de investimento privado. São equipamentos muito caros. Compramos porque tem que comprar para não ficar fora do mercado, mas é sempre um risco grande, porque os valores são muito altos. Esse evento termina sendo uma oportunidade também de buscar esses investimentos e inovação”, frisou.

