Sem ajuste fiscal, dívida dos EUA pode atingir nível insustentável, alerta estudo
Projeções indicam que relação dívida/PIB pode dobrar até 2100 sem consolidação de gastos
Se os Estados Unidos adiarem um ajuste fiscal robusto, a dívida pública da maior economia do mundo pode alcançar um nível considerado “insustentável”. O alerta está em um estudo apresentado durante o tradicional simpósio de Jackson Hole, promovido pelo Federal Reserve (Fed) de Kansas City.
Os economistas Adrien Auclert, Hannes Malmberg, Matthew Rognlie e Ludwig Straub estimam que, até 2100, os EUA poderiam sustentar uma relação dívida/PIB de 250% com as atuais taxas de juros — mais que o dobro do índice atual, de cerca de 120%.
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Para tanto, porém, seria necessário um ajuste fiscal equivalente a 10% do PIB ou mais. “Quanto mais esse ajuste for adiado, mais a oferta de dívida governamental supera sua demanda, eventualmente tornando-a insustentável”, afirmam os autores.
O estudo analisa o impacto da demografia sobre a sustentabilidade fiscal, com base em dados de 1950 até hoje. Segundo os pesquisadores, o envelhecimento populacional pressiona gastos do governo em saúde e previdência, ao mesmo tempo em que aumenta a demanda por ativos seguros, como títulos públicos.
Embora essa dinâmica permita ao governo se financiar com mais dívida, os custos crescentes de benefícios sociais podem ampliar o endividamento a níveis críticos. “Tornar a dívida sustentável requer uma consolidação fiscal de pelo menos 10% do PIB”, concluem os economistas.

