Ginástica Rítmica: brasileiras treinaram ao som de torcida para se acostumar com público em Mundial
Duda Arakaki, Nicole Pircio, Sofia Madeira, Maria Paula Caminha e Mariana Gonçalves agitam público na Arena Carioca 1 e tem chance de pódio inédito no Mundial de Ginástica Rítmica
Imagine a concentração necessária para uma atleta para acertar complexos movimentos, coordenados com as companheiras e sem deixar os equipamentos (bola, arco e fita) caírem. Tudo isso com um ingrediente a mais: a vibração do público. Foi isso que o quinteto brasileiro formado por Duda Arakaki, Nicole Pircio, Sofia Madeira, Maria Paula Caminha e Mariana Gonçalves encararam na Arena Carioca 1 neste sábado, na final do conjunto olímpico do Mundial de Ginástica Rítmica.
E para não ficarem nervosas com os gritos e apoio vindos da arquibancada, as atletas comandadas pela técnica Camila Ferezin contaram com uma preparação inusitada. Nos treinos, a equipe praticou a apresentação com o som da torcida do Flamengo ao fundo, como revelaram após a apresentação.
Leia também
• Brasil vai bem e levanta público nas apresentações no Mundial de Ginástica Rítmica
• Mundial de Ginástica Rítmica: Babi superou inflamação no olho para conquistar melhor resultado
• Geovanna e Bárbara se classificam para a final do individual geral do Mundial de Ginástica Rítmica
- A gente treina desde os mínimos detalhes. Nos preparamos para esse momento, nos preparamos para uma torcida. Nos treinos, a gente colocava a torcida do Flamengo, que faz um barulhão. E tentava se colocar ao máximo como se fosse esse momento aqui. - contou Nicole Pircio.
- Claro que nada do que tentamos chegou aos pés do que foi aqui hoje. Realmente o brasileiro é diferenciado. Mas a gente já estava ali sabendo que estaria concentrada, sem deixar nada externo atrapalhar. Claro que foi incrível, né?
O conjunto do Brasil encerrou suas apresentações na final da prova olímpica do Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica, disputado pela primeira vez na América do Sul, no Rio de Janeiro. A equipe comandada pela técnica Camila Ferezin alcançou o somatório de 55.250 pontos e se colocou em boas condições na disputa por um lugar no pódio.
Agora, as brasileiras aguardam as demais apresentações na Arena Carioca 1, no Rio de Janeiro, para saberem se conquistará a inédita medalha na modalidade. As exibições terminar às 19h (horário de Brasília).
O quinteto formado por Duda Arakaki, Nicole Pircio, Sofia Madeira, Maria Paula Caminha e Mariana Gonçalves, levou o público à loucura. Logo na primeira apresentação, com a série mista (três bolas e dois arcos), embalada por "Evidências", de Chitãozinho e Xororó, o Brasil mostrou segurança e fez uma apresentação impecável.
A exibição rendeu 27.850 pontos, colocando as brasileiras à frente da favorita China, atual campeã olímpica na primeira rotação. Com série dificílima, as ginastas chinesas foram incríveis mas ficaram abaixo do Brasil na série mista (27.650) e chegaram a recorrer, mas não tiveram a nota aumentada.
Na série simples (cinco fitas), a equipe brasileira, ao som de "O que é o que é", de Gonzaguinha, também se apresentou, apesar de pequenos erros e marcou 27.400.
O Brasil tem novamente a chance de subir ao pódio neste domingo, o último dia de competições. Se terminar entre as oito primeiras em cada conjunto neste sábado, fará as finais das séries mista e simples a partir das 12h50.
Este ano, o conjunto do Brasil havia conquistado o ouro no conjunto geral no World Challenge Cup de Portimão (além do ouro nas séries simples e mista), e o ouro inédito no conjunto geral na etapa da Copa do Mundo de Milão (além do bronze na prova mista).
Nas duas edições anteriores do Campeonato Mundial, em Valência-2023 e em Sófia-2022, o Brasil ficou em quarto lugar na série simples (no ciclo passado era com cinco arcos). Na somatória geral, o país terminou em sexto e quinto, respectivamente, os melhores desempenhos da história.

