Sáb, 06 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
alerta

Antibióticos nos primeiros meses de vida podem antecipar a puberdade em meninas, aponta novo estudo

A condição, caracterizada pelo início precoce do desenvolvimento sexual, geralmente ocorre antes dos 8 anos em meninas e dos 9 em meninos

Meninas que recebem antibióticos nos primeiros meses de vida podem ter início da puberdade antecipadoMeninas que recebem antibióticos nos primeiros meses de vida podem ter início da puberdade antecipado - Foto: Canva

Meninas que recebem antibióticos durante o primeiro ano de vida, especialmente nos primeiros três meses, têm maior probabilidade de ter uma puberdade precoce, de acordo com estudo apresentado no primeiro Congresso Conjunto entre a Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica (ESPE) e a Sociedade Europeia de Endocrinologia (ESE).

A puberdade precoce, também conhecida como puberdade precoce central (PPC), é uma condição caracterizada pelo início precoce do desenvolvimento sexual secundário em crianças. Em meninas, isso significa antes dos 8 anos e, em meninos, antes dos 9 anos.

No estudo, pesquisadores do Hospital Guri da Universidade de Hanyang e do Centro Médico da Universidade de Hanyang analisaram dados sobre a ingestão de antibióticos de 322.731 crianças, com idades entre 0 e 12 meses, na Coreia do Sul.

Eles acompanharam essas crianças até as meninas completarem 9 anos e os meninos 10, e descobriram que meninas que receberam antibióticos antes dos 3 meses de idade tinham 33% mais chances de iniciar a puberdade precocemente.

O risco foi 40% maior em meninas que receberam antibióticos antes dos 14 dias de idade e, no geral, quanto mais precoce a exposição aos antibióticos, maior o risco de puberdade precoce.

A pesquisa também mostrou que as meninas que usaram cinco ou mais classes de antibióticos tiveram um risco 22% maior de puberdade precoce em comparação com aquelas que usaram duas ou menos classes.

Não foi encontrada associação entre a ingestão de antibióticos e a puberdade precoce em meninos.

"Nossos resultados podem encorajar médicos e pais a considerar os efeitos de longo prazo dos antibióticos ao tomar decisões de tratamento para crianças pequenas”, disse Yunsoo Choe, do Hospital Guri da Universidade de Hanyang, na Coreia do Sul, que estava envolvido no estudo.

Os pesquisadores agora vão explorar como o uso precoce de antibióticos pode afetar o desenvolvimento puberal e se a ingestão repetida ou prolongada durante a infância está associada a outros aspectos do crescimento, metabolismo ou saúde endócrina.

"Compreender esses mecanismos biológicos pode ajudar a orientar o uso mais seguro de antibióticos e informar estratégias de cuidados iniciais para crianças", concluiu.

Veja também

Newsletter