Chuvas ajudam a recuperar níveis de barragens na Região Metropolitana do Recife
Barragem de Jucazinho, no Agreste, segue em situação crítica
As chuvas registradas na Região Metropolitana do Recife (RMR) nos últimos dias provocaram mudanças significativas nos níveis de algumas barragens, duas delas com risco de colapso, como é o caso de Bita e Utinga, que estavam em situação crítica em janeiro deste ano.
O volume de chuva acumulado desde o último dia 12 permitiu que as barragens de Bita (Ipojuca), Pirapama e Sucupema (Cabo de Santo Agostinho) e Duas Unas (Jaboatão dos Guararapes) atingissem a cota máxima de acumulação, ou seja, estão vertendo.
A água armazenada neste início de inverno indica uma perspectiva positiva para manutenção do abastecimento até o próximo inverno dentro dos regimes atuais ou até mesmo a melhoria da distribuição em algumas áreas, a depender da continuidade das chuvas. Além delas, outros três mananciais na RMR também apresentaram aumento no volume: Tapacurá, Várzea do Una (São Lourenço da Mata) e Botafogo (Igarassu).
Na RMR, o impacto das precipitações foi mais positivo quando comparado com o Agreste. Barragens como Bita, localizada em Ipojuca, e Utinga, no Cabo de Santo Agostinho, que estavam em situação crítica no início do ano, tiveram aumento nos níveis de armazenamento, reduzindo o risco de colapso no fornecimento de água.
As barragens Bita e Utinga, que compõem o Sistema de Abastecimento Suape, estavam em níveis alarmantes, 12,82% e 12,77%, respectivamente, comprometendo o fornecimento de água. Para manter o abastecimento, a Compesa precisou ampliar o rodízio de abastecimento em algumas áreas para administrar a água disponível.
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Atualmente, o cenário é bem mais favorável: a barragem de Bita, que chegou a 26,97% da capacidade há 15 dias, está vertendo. Pirapama, que em 12 de maio tinha 73,61%, também atingiu a capacidade máxima. Já Utinga subiu de 8,60% para 34,45%.
Outros mananciais também apresentaram melhoras importantes no mesmo período. Sicupema passou de 86,77% para 100%; Tapacurá, de 64,78% para 74,59%; Botafogo, de 31,86% para 50,01%. Várzea do Una, de 31,89% para 54,15% e Duas Unas que estava com 57,78% está agora com 100% de armazenamento.
Situação do Agreste
As chuvas registradas nos últimos dias em Pernambuco ainda não trouxeram alívio para algumas barragens localizadas no Agreste, que não conseguiram acumular água, como é o caso da barragem Jucazinho, em Surubim, o maior reservatório para abastecimento de água da região.
Enquanto mananciais da RMR apresentaram melhora significativa, a situação no Agreste ainda está em estado crítico e requer atenção e monitoramento constante. A barragem de Jucazinho está operando com apenas 2,98% da sua capacidade total, sem ocorrência de chuvas suficientes para alterar o quadro atual.
Já a barragem de Brejão, em Sairé, apresentou uma leve recuperação, passando de 3,78% para 11,13% após as chuvas recentes. A elevação representa um alívio para o município de Bezerros, que enfrenta sérios problemas de abastecimento porque a cidade também depende da barragem de Jucazinho. A Compesa mantém a expectativa de que o cenário melhore com a intensificação do inverno e a consolidação do período chuvoso.
Sistemas de abastecimento/cidades atendidas
Barragem Jucazinho:
Tramo Norte: Surubim, Salgadinho, Casinhas, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá, Vertentes, Vertente do Lério e Toritama;
Tramo Sul: Cumaru, Passira, Riacho das Almas, Bezerros e Gravatá.
Barragem Brejão: Bezerros
Barragem Pirapama: Bairros do Recife, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes
Barragem Bita: Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca
Barragem Sicupema: Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho
Barragem Botafogo: Olinda, Paulista, Abreu e Lima e Igarassu
Barragem Tapacurá: Recife, Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes
Barragem Duas Unas: Integrado ao sistema Tapacurá
Barragem Várzea do Una: São Lourenço da Mata

