Embaixador dos EUA em Israel anuncia plano de evacuação voluntária para cidadãos americanos
Declaração ocorre após o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ameaçar com 'danos irreparáveis' caso Washington se una à ofensiva
Os Estados Unidos estão preparando a evacuação voluntária de seus cidadãos de Israel, no sexto dia de conflito com o Irã, disse o embaixador dos EUA em Jerusalém nesta quarta-feira.
A declaração ocorre após o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, advertir que seu país "nunca se renderá" a Israel, que bombardeou suas instalações nucleares, e ameaçou com "danos irreparáveis" caso Washington se una à ofensiva.
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A embaixada está "trabalhando em voos de evacuação, bem como de barco" para "cidadãos americanos que querem deixar Israel", postou o embaixador Mike Huckabee no X.
Nesta quarta-feira, o líder iraniano fez uma advertência direta aos Estados Unidos, em um discurso televisionado à nação:
— Os americanos devem saber que qualquer intervenção militar de sua parte implicará danos irreparáveis — disse Khamenei.
Ele também afirmou que "a nação iraniana se opõe firmemente a uma guerra imposta, como se oporá firmemente a uma paz imposta. Esta nação nunca se renderá às ordens de ninguém".
O presidente americano, Donald Trump, havia dito que seu país poderia matar Khamenei, alimentando a especulação sobre um envolvimento direto de Washington no conflito iniciado por Israel na última sexta-feira.
Nesta quarta-feira, Trump voltou a deixar no ar a possibilidade de Washington participar do conflito.
— Pode ser que o faça, pode ser que não. Isto é, ninguém sabe o que vou fazer — declarou.
Segundo o presidente americano, Teerã propôs, inclusive, enviar funcionários à Casa Branca para negociar sobre o programa nuclear iraniano e pôr fim aos bombardeios. Mas é "muito tarde", ressaltou.
A guerra começou na sexta-feira passada, quando Israel lançou bombardeios em território iraniano, que justificou pela necessidade de evitar que o Irã desenvolva a bomba atômica, um objetivo negado reiteradamente por Teerã. A ofensiva paralisou as negociações em curso entre Teerã e Washington para limitar o programa nuclear da República islâmica em troca de uma suspensão das sanções econômicas.
Os Estados Unidos asseguram que não estiveram envolvidos no ataque inicial e que querem priorizar uma solução diplomática com Teerã, embora as últimas declarações de Trump pudessem indicar uma mudança de postura.

