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RIO DE JANEIRO

Festa Seiva: sem álcool, mas com ritual do "cacau alucinógeno", evento no RJ viraliza nas redes

Com proposta de comemorar "sem drogas", evento foi criticado por uso de bebida que causaria sensação de alegria e êxtase

Vídeo de 'festa sem álcool' viraliza nas redes sociais e recebe julgamentos de internautasVídeo de 'festa sem álcool' viraliza nas redes sociais e recebe julgamentos de internautas - Foto: Reprodução/ Redes sociais

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Sem álcool, com meditação, set de músicas xamânicas e saudação ao cacau puro, festa “Seiva”, no Alto da Boa Vista, no Rio de Janeiro, viralizou nas redes e foi criticada por internautas por ser “hippie demais”. O vídeo compartilhado nesta terça-feira no X (Twitter) já teve mais de seis milhões de visualizações e interações como a de Marcelo Adnet, que comentou “isso é esquete”.

Ao longo do relato, Pedro Belini, jovem que participou da festa em maio desse ano, dividiu o passo a passo da experiência, que contou até com sessão de respiração guiada. O objetivo, de acordo com ele, seria “baixar a frequência da mente e sintonizá-los em uma vibração mais elevada”, o que prepararia o corpo para receber o ritual com o cacau.

A ‘saudação ao cacau puro’ foi acompanhada do que foi chamado pelo homem de set envolvente tribal e xamânico por três horas. De acordo com o jovem, o cacau foi capaz de aumentar a sensibilidade aos sons, pessoas e toques, além de promover a sensação de alegria e êxtase.

 

Sem álcool, mas com drogas?
Um dos temas apontados pelos internautas foi o efeito alucinógeno do cacau puro, que se assemelha aos efeitos da ayahuasca e do ecstasy. Divulgado como ‘ritual sagrado do cacau’, o fruto pode ter o pó puro inalado ou como bebida, preparada também a partir do cacau puro e água. Afinal, o uso do cacau pode ser comparado ao uso de drogas?

Historicamente, os Olmecas, conhecidos como criadores da primeira civilização da Mesoamérica, área que inclui parte do México e da América Central, foram pioneiros na criação de uma bebida a partir da fruta, que seria utilizada em rituais espirituais. Os maias e astecas também utilizavam a fruta em rituais de sacrifício.

A especialista em cerimônias com cacau sagrado, Marília Lins, dona de um perfil nas redes voltado para o tema, afirma não acreditar que o fruto tem propriedades alucinógenas. De acordo com Lins, a ingestão do preparo é capaz de curar bloqueios emocionais e traumas e auxiliar no combate de sensações como cansaço, desânimo e até mesmo ansiedade.

“Alucinógeno é algo que está associado à ideia de alucinação, algo que te desconecta de alguma forma da realidade. E acredito que o cacau é o oposto disso, ele nos traz para realidade, para nossa verdade interior, para aquilo que o corpo está sentindo”, dividiu a especialista.

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