Dom, 07 de Dezembro

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MINISTRO DA SAÚDE

Itamaraty pede visto para Padilha participar de eventos nos EUA

Visto do ministro da Saúde está vencido desde 2024. Governo cancelou autorização da mulher dele e de filha de 10 anos

Ministro da Saúde, Alexandre PadilhaMinistro da Saúde, Alexandre Padilha - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

O Itamaraty enviou na terça-feira (19) à Embaixada dos Estados Unidos um pedido de visto para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Na semana passada, o governo norte-americano cancelou os vistos da mulher e da filha de dez anos do ministro, como parte das sanções a autoridades brasileiras.

Padilha não teve o visto revogado, porque a autorização para ele entrar nos EUA já estava vencida desde 2024.

O ministro foi convidado para participar da conferência da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Assembleia Geral da ONU em Nova York em setembro.

Nesta terça-feira, Padilha afirmou que ainda não havia decidido se compareceria aos eventos da ONU e da Opas devido a conflitos de agenda.

Mas disse que caso opte por ir, sua entrada nos EUA deve ser assegurada por acordos internacionais.

"Em relação tanto a ONU quanto a Opas tem o chamado acordo de sede. Nenhum país do mundo pode impedir o acesso de uma autoridade convidada", disse.

Padilha justificou que sua agenda está atribulada devido a compromissos internos.

"A dificuldade de sair do Brasil é por conta das votações no Congresso Nacional, atendimento, e também (agendas) do 'Agora tem especialistas'. Não tenho decisão ainda se vou poder participar ou não, mas caso venha participar, certamente com o acordo de sede tem que permitir (a entrada da) autoridade convidada", afirmou.

O Itamaraty, no entanto, diz que é necessário um visto específico para eventos nesses organismos.

Vistos cancelados por causa do 'Mais Médicos'
Dois dias antes da revogação dos vistos da mulher e da filha de Padilha, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, chefe da diplomacia do governo Donald Trump, revogou os vistos do secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde Mozart Júlio Tabosa Sales, e de Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo brasileiro.

Como razão para a medida, Rubio citou o programa "Mais Médicos", política pública criada no governo de Dilma Rousseff para suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades do Brasil. Padilha era o ministro da Saúde quando o programa foi lançado em 2013.

Após a medida do governo norte-americano, Padilha chamou Trump de "inimigo da saúde".

"Não estamos enfrentando só o tarifaço. Estamos enfrentando na figura do presidente atual dos EUA, um inimigo da saúde. Desde o início do governo dele, ele faz ataques à saúde do mundo como um todo", disse o ministro.
 

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