Mãe lamenta 2 meses da morte de advogada em naufrágio: "Um silêncio que grita"
Corpo de Maria Eduarda Medeiros foi encontrado após quatro dias de buscas
Ainda sentindo as fortes dores do luto, a médica otorrinolaringologista Graça Medeiros relembrou os dois meses da trágica morte da filha dela, a advogada Maria Eduarda Medeiros, de 38 anos.
Nesta quinta-feira (21), completam-se dois meses do acidente que a vitimou enquanto passeava num veleiro, junto ao namorado, o médico urologista Seráfico Júnior, de 55 anos, em Suape.
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Duda, como era conhecida, ficou quatro dias desaparecida. Só foi encontrada pelo Corpo de Bombeiros, na Praia de Calhetas, na segunda-feira seguinte.
“Dois meses que não recebo suas palavras de incentivo para eu me cuidar, de que adorou minha roupa e terminava dizendo ‘te amo’ e eu quase sempre respondia ‘eu te amo muito mais’. Dois meses que eu não sinto o seu cheiro. É um vazio que não cabe em mim. Um silêncio que grita!!!! Dois meses que eu me pergunto ‘como vou viver sem você’. Como? Não sei”, publicou Graça nas redes sociais.
Contudo, diante das fortes palavras, Graça desabafou e destacou que seguirá porque ainda tem uma missão na terra: cuidar do irmão de Maria Eduarda. Ela se considera como uma pessoa ‘amputada’, após a partida precoce da filha.
“Mas como seguir amputada de você e ainda sangrando por dentro? Não, eu não sou forte. Sou apenas uma pessoa que aceita a vida que Deus me deu. Se eu tenho que viver essa saudade infinita eu irei viver. Afinal fui privilegiada de ter tido uma filha tão linda, tão digna e tão amorosa”, acrescentou.
Ela afirmou que, nos últimos dias, tem recebido relatos de testemunhas que conviveram com a advogada e todos falam da alegria que ela tinha de viver, da determinação e competência que lhes eram peculiares.
“Você se foi e deixou uma linda história. Não tenho como não ser grata pelo ser humano que Deus me confiou. Sua partida deixa muitas recordações maravilhosas. Até nisso você foi maravilhosa. Minha “menina linda”, que Deus, misericordioso que é, me dê forças de seguir com você apenas no meu coração até o dia do nosso reencontro”, finalizou a mensagem.
Relembre o caso
Foi ao lado de Seráfico que a advogada conhecida como “Duda” viveu os últimos momentos. Naquele sábado, 21 de junho, conforme contou o advogado do médico, Ademar Rigueira, à época, ela havia sido pedida em casamento por ele. O casal estava junto há seis meses e vivia um momento feliz, contou o advogado.
“Seráfico está completamente arrasado. Ele já tinha vivido um relacionamento anterior. Ele me relatou que ela queria muito ter um filho. Ele tinha mais de um, ela não tinha ainda. Ele tinha concordado com isso e disse que ‘não imaginava que, depois de 55 anos, teria outro filho’. Eles estavam muito felizes”, pontuou Rigueira, durante coletiva de imprensa, em 27 de junho.
O laudo tanatoscópico da Polícia Científica apontou que a advogada morreu por asfixia direta por afogamento, sem sinais de violência ou ação que pudesse ter causado o falecimento dela.
A última imagem
Durante o passeio de barco, Maria Eduarda fez um vídeo para enviar à mãe, onde ela mostra a cachorra e o namorado. A Folha de Pernambuco teve acesso ao conteúdo. Os dois aparentavam estar felizes. Eles passeavam ao som da música ‘Simples Assim’, do cantor Lenine. A composição diz que “viver é uma questão de início, meio e fim”.

