Mobilização no Bairro do Recife pede o aumento da licença-paternidade: "30 dias é o mínimo"
Pais participaram neste sábado (9) de ação que apoia a aprovação da Lei do Pai Presente no Congresso Federal
Trinta dias é o mínimo. Este é o apelo dos pais que participaram da mobilização a favor da Lei do Pai Presente, que ocorreu neste sábado (9), véspera de Dia dos Pais, e pede pelo aumento da duração da licença-paternidade. Atualmente, o direito tem validade de apenas cinco dias.
A iniciativa foi organizada pela Coalizão Licença Paternidade (CoPai) e aconteceu no Cais da Alfândega, no Bairro do Recife. O movimento ainda contou com passeatas simultâneas em outras cidades como São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.
A pauta da ação foi a aprovação do Projeto de Lei (PL) 6.216/2023, na Câmara dos Deputados, e a sua correspondente no Senado Federal, o PL 3.773/2023.
O PL ainda prevê progressão gradual da duração da licença-paternidade ao longo dos anos. Desde julho, o Congresso Nacional aprovou um requerimento de urgência para votação de PLs que aumentem o direito.
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Para Rogério Morais, diretor-executivo do Instituto Pipa, o apoio popular será muito importante para que a Lei do Pai Presente avance. Ele é pai de Joana, de 5 anos, e aguarda a chegada de Matias, que deve nascer daqui a dois meses.
"A gente espera que isso forme uma grande energia para a gente poder demonstrar apoio popular ao PL 6.216/2023, que institui a Licença Paternidade e busca, no mínimo, 30 dias. Este é o mínimo. Trinta dias para o pai poder dividir as tarefas do cuidado e sobrecarregar menos a mulher, a mãe, o que é bom para todo mundo, principalmente para criança, mas para toda a sociedade."
Deco Neves, que é pai de Cora, de 4 anos, foi outro que participou do evento e citou a importância da presença paterna e falou sobre como isso beneficia tanto as mães quanto os filhos.
"O PL do Pai Presente é bem importante para uma sociedade como um todo, né? A experiência que eu tive de ser presente no pós-gestação, foi bem importante para a minha esposa também. A gente já sabe que isso comprovadamente diminui a questão de depressão pós-parto", afirmou Deco.
Neves trabalha como host do Podcast Atrapailhado e apresenta a sua experiência de forma desconstraída. Ele esteve ao lado da filha durante os primeiros meses de vida e vê como isso contribuiu na melhora no seu desempenho no trabalho.
"É comprovado também que quando o pai volta tendo essa paternidade, ele volta muito mais ligado às suas empresas. Então, assim, acho que todo mundo ganha", destacou.
De acordo com Deco, o PL não afetará o custo das empresas. Ele explicou que o Governo Federal também deve custear a licença-paternidade. "As empresas não vão ter esse custo dessa licença paternidade, porque o governo também paga por isso."
Quem também esteve presente na mobilização foi Deco Guimarães, que é o host do Podcast Fala Papito e aborda o seu dia a dia com a filha Mariah, que tem 5 anos.
Sobre o PL do Pai Presente, ele acredita que a criação do vínculo é algo fundamental para as famílias.
"Esse projeto de lei, ele é super importante. Muito mais do que o que todo mundo acha que ele é para o pai, ele é muito mais para a mãe e principalmente para a criança. O pai ter esse tempo logo no comecinho de vida do filho é muito importante para criar o laço e o vínculo", disse.
De acordo com ele, o aumento da licença-paternidade só tende a ajudar os envolvidos no núcleo familiar.
"Cinco dias não são suficientes, a gente precisa de mais. A gente precisa correr com isso, porque isso é uma questão de saúde, é uma questão de economia, é uma questão de relacionamento e é muito importante para que todas as crianças tenham uma presença paterna e a maior quantidade de tempo possível."

