Sex, 05 de Dezembro

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CRIME

Namorado de estudante trans da Unesp detalha em depoimento como a jovem foi morta, diz polícia

Segundo Marcos Yuri Amorim, quem matou a mulher foi o policial ambiental da reserva Roberto Carlos de Oliveira

Estudante trans Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos, desaparecida em maioEstudante trans Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos, desaparecida em maio - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Marcos Yuri Amorim, preso desde 10 de julho por suspeita de envolvimento na morte da própria namorada, a estudante universitária trans Carmen de Oliveira Alves, de 26 anos, contou à polícia que Carmen foi morta em 12 de junho, no sítio dele, em Ilha Solteira (SP), após uma discussão.

Quem matou a mulher, segundo Amorim, foi o policial ambiental da reserva Roberto Carlos de Oliveira, que teria chegado ao local depois do embate entre Carmen e Amorim. As informações são da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Civil paulista.

A reportagem não conseguiu contato com as defesas de Amorim e Oliveira.

Amorim, que está preso no Centro de Detenção Provisória de São José do Rio Preto (SP), nunca havia discorrido sobre a morte de Carmen. Ele alegava que só falaria sobre o caso em juízo, nunca para a polícia. Mas mudou de ideia depois que Oliveira, em depoimento à polícia em 6 de agosto, acusou Amorim de ter matado Carmen e negou participação no crime.

Amorim pediu para ser ouvido e prestou depoimento na segunda-feira, 18. Segundo a polícia, ele contou que estava no sítio com a namorada, que cursava Zootecnia na Unesp de Ilha Solteira, quando brigaram e ela o ameaçou com uma faca. O rapaz então a empurrou e Carmen caiu, bateu a cabeça e desmaiou.

Sem saber o que fazer, Amorim ligou para Oliveira e pediu ajuda a ele, segundo relatou à polícia. O PM da reserva foi ao local, encontrou Carmen ainda inconsciente e bateu na cabeça dela com uma barra de ferro, disse Amorim. Em seguida, com uma faca, Oliveira cortou o pescoço da mulher.

Os dois arrastaram o corpo dela até o curral, e dali Oliveira teria descartado o cadáver - Amorim não explicou onde. O corpo de Carmen nunca foi localizado, e segue sendo procurado.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, exames de confronto genético foram solicitados à Superintendência de Polícia Técnico-Científica para verificar se o sangue encontrado em uma lona e um sapato usados por Amorim e Oliveira é da vítima. Nos próximos dias serão realizadas reconstituições do crime com base nos depoimentos dos investigados e o local onde a mulher foi morta passará por nova perícia.

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