Seg, 08 de Dezembro

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PRISÃO

Nos EUA, cinco pessoas são presas acusadas de torturar e matar um homem trans

De acordo com um relato da oficial responsável pelo caso, esse foi 'um dos crimes mais horríveis' que ela já investigou em seus 20 anos de carreira policial

Precious Arzuaga, Emily Motyka, Jennifer A. Quijano, Kyle Sage e Patrick A. Goodwin foram presos acusados de torturar e matar um homem trans de 24 anos, nos Estados UnidosPrecious Arzuaga, Emily Motyka, Jennifer A. Quijano, Kyle Sage e Patrick A. Goodwin foram presos acusados de torturar e matar um homem trans de 24 anos, nos Estados Unidos - Foto: New York State Police/Reprodução

Cinco pessoas foram presas em Nova York, nos Estados Unidos, acusadas de torturar e matar Sam Nordquist, um homem trans de 24 anos. De acordo com um relato da oficial responsável pelo caso, Kelly Swift, da Polícia Estadual de Nova York, esse foi "um dos crimes mais horríveis" que ela já investigou em seus 20 anos de carreira policial.

Precious Arzuaga, Emily Motyka, Jennifer A. Quijano, Kyle Sage e Patrick A. Goodwin foram presos nesta sexta-feira acusados de homicídio de segundo grau "com indiferença depravada", de acordo com o comunicado da polícia, e foram levados à Cadeia do Condado de Ontário. Se forem condenados, cada um deles pode pegar de 15 anos a prisão perpétua.

Ainda de acordo com a polícia de Nova York, Sam foi torturado e abusado por meses antes de sua morte, de dezembro do ano passado até este mês. No último dia 9, ele foi dado como desaparecido. No dia 13, restos humanos que se acredita serem dele foram descobertos em um campo no condado de Yates.

— Sam foi submetido a repetidos atos de violência e tortura de uma maneira que acabou levando à sua morte. Seu corpo foi movido na tentativa de esconder o crime — disse Swift, em entrevista coletiva.

Uma autópsia será realizada para determinar como exatamente Sam morreu. A polícia também investiga as relações entre os cinco suspeitos e a vítima, e não descarta classificar o assassinato como crime de ódio ou fazer prisões adicionais.

Natural de Minnesota, Sam foi à Nova York em setembro para, segundo relatos de familiares, "conhecer uma namorada virtual". Desde o dia 1º de janeiro, seus amigos e familiares não tinham mais notícias de seu paradeiro.

Rochester LGBTQ+ Together, um grupo local de defesa dos direitos da comunidade LGBTQ+, se pronunciou sobe o caso, em uma carta aberta. “A epidemia de violência contra pessoas trans neste país é uma consequência direta da ignorância e do ódio que permeiam a nossa sociedade. Reafirmamos o nosso compromisso em proteger os direitos trans, garantindo a segurança para todos, e queremos deixar claro que vocês pertencem – de forma plena, aberta e sem medo”, diz o texto.

De acordo com um estudo divulgado pela Universidade da Califórnia, em 2021, as pessoas trans têm quatro vezes mais probabilidade do que outras de sofrer violência.

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