Polícia detalha prisão de homem envolvido na morte de criança, vítima de bala perdida em Água Fria
Homem, que atuava no crime junto com o irmão, tinha dois mandados de prisão por homicídios
A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), por meio do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), junto à Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) deu detalhes sobre a prisão do homem envolvido na morte de Hellen Santos, de apenas 4 anos, vítima de bala perdida no último dia 13. O crime aconteceu no Córrego do Deodato, no bairro de Água Fria, Zona Norte do Recife.
O homem, que tem 43 anos, se encontra detido no DHPP e aguarda audiência de custódia. A polícia estava há mais de um ano envolvida na busca do criminoso, que já havia sido preso por outros crimes.
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De acordo com o delegado do DHPP, Roberto Lobo, o suspeito era um alvo prioritário que atua em Água Fria. Na região, operam o 13º Batalhão da Polícia Militar e a 2ª Delegacia de Homicídios, sendo realizado um trabalho integrado entre as duas polícias para capturar o homem, considerado de alta periculosidade. Ele tinha dois mandados de prisão em aberto, ambos por homicídio.
"Esses homicídios foram consequência de uma guerra de sangue entre duas famílias envolvidas com o tráfico de drogas em Água Fria. Essa disputa começou em 2011, quando um tio dele foi assassinado por um rival. Desde então, ele passou a matar familiares desse rival. Ele assassinou dois irmãos do rival - um em 2023 e outro em 2024 -, o que resultou nos dois mandados de prisão. Além disso, cometeu outros homicídios pelos quais também foi indiciado", revelou o delegado.
"No dia 12 de abril, ele tentou assassinar um primo do seu rival. Ele chegou a visualizar o alvo, que conseguiu fugir. Durante a fuga, ao descerem uma escadaria em direção ao Córrego do Deodato, os criminosos efetuaram vários disparos, que acabaram tirando a vida de uma criança de apenas 3 anos e 11 meses", concluiu.
Segundo Lobo, o homem envolvido na tentativa de assassinato do rival estava numa ação junto a outros quatro homens. Todos os envolvidos nesta "guerra" familiar disputam territórios por tráfico de drogas na região.
O irmão do alvo, preso nesta terça-feira (29), também tem um mandado de prisão pelo homicídio de 2023. Segundo a polícia, ele foi responsável pelo crime contra o irmão do rival do preso. Ele estava escondido em Camaragibe e conseguiu fugir de duas tentativas de prisão da Polícia Civil. O delegado afirma que foi "uma operação integrada da Polícia Civil com a Polícia Militar, com evasão dos criminosos por ser um local difícil acesso".
Roberto Monteiro Lobo, delegado da DHPP | Foto: Rafael Melo/Folha de PernambucoPrisão
Conforme explicado pela tenente coronel e comandante do 13º batalhão da Polícia Militar de Pernambuco, Carla Oliveira, o criminoso estava escondido em uma área de difícil acesso, localizada em Camaragibe, tendo proximidade com mata fechada. O lugar já havia sido palco de uma outra tentativa de prisão do homem, antes do crime que tirou a vida de Hellen.
"Já estávamos há cerca de um ano nessa tentativa de capturar o indivíduo que foi preso hoje. Contra ele já haviam sido expedidos dois mandados de prisão, e era um dos principais suspeitos por outros homicídios na área de Água Fria".
"As equipes vinham intensificando as operações na região, justamente por ser o local onde ele costumava frequentar e se esconder. Por meio de informações do Núcleo de Inteligência da Polícia Militar, da Polícia Civil e do DHPP, os policiais do 13º Batalhão, em conjunto com a DHPP, conseguiram obter êxito na captura, realizada hoje no bairro de Alberto Maia, em Camaragibe", reforçou.
A tenente comenta que, nesta terça (29), foi realizado um cerco planejado em conjunto pelas forças policiais. Toda a área onde ele se encontrava estava cercada.
No momento da abordagem, ele estava na frente da casa. Ao perceber a presença da polícia, ainda tentou entrar no imóvel e fugir pelos fundos, mas essa parte também já estava cercada. Sem alternativas, ele retornou para a frente da casa e se entregou ao policiamento.
Com ele foi apreendido um revólver calibre .38, que continha munições pinadas, ou seja, deflagradas, mas que falharam ao disparar.
Tenente coronel Carla Oliveira, comandante do 13º Batalhão | Rafael Melo/Folha de Pernambuco

