Cautela e evitar consumo: SDS explica como identificar riscos e prevenir intoxicação por metanol
Até o momento, Pernambuco já registrou cinco casos suspeitos de intoxicação pela substância
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) reforçou à população alguns cuidados básicos na hora de adquirir bebidas alcoólicas, devido aos recentes casos de suspeita de intoxicação por metanol, registrados no estado.
Até o momento, Pernambuco já notificou cinco casos suspeitos. O registro mais recente foi feito em Olinda, nessa quinta-feira (2).
O perito criminal da Polícia Científica de Pernambuco, Rafael de Arruda, ressaltou que não há motivo para pânico da população, mas sim para cautela e atenção.
“A população não precisa entrar em desespero. Basta avaliar se o produto atende aos padrões de sempre. Se houver dúvida sobre a procedência, o mais seguro é não consumir”, destacou.
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Nesse contexto, a SDS-PE orienta que os consumidores redobrem a atenção na hora da compra de bebidas alcoólicas.
Alguns dos cuidados destacados pela secretaria são:
- Observar se o lacre da garrafa está intacto;
- se o selo fiscal do produto está presente,
- se o rótulo apresenta impressão regular, sem falhas ou desalinhamentos; e
- se as tampas apresentam algum sinal de adulteração.
O design do produto também pode dar indícios de adulteração. Marcas originais, por exemplo, costumam ter logomarcas bem centralizadas e alinhadas, enquanto garrafas reutilizadas podem apresentar figuras tortas ou desalinhadas.
Outra orientação é desconfiar de preços muito abaixo do valor de mercado e evitar a aquisição de bebidas em vendedores informais ou a partir de compras digitais.
Arruda também destacou a importância de procurar atendimento médico imediato quando os sintomas persistirem ou se agravarem após cerca de 12 a 24 horas da ingestão da bebida alcoólica, especialmente se forem mais intensos do que os de uma ressaca comum.
Entre os sintomas mais graves estão visão turva, fotofobia, cegueira, convulsões e até coma.
Investigações
A SDS também esclareceu o papel do Instituto de Medicina Legal (IML) nas investigações dos casos de intoxicação por metanol.
De acordo com o médico legista do IML Mauro Catunda, a perícia é fundamental para confirmar ou descartar a presença da substância nas vítimas.
“Nos casos de suspeita de intoxicação, realizamos a necropsia e coletamos amostras biológicas que são encaminhadas para análise laboratorial. Só após essa confirmação é possível atestar se houve, de fato, ingestão da substância”, explicou.
O profissional destacou ainda que apenas os achados macroscópicos no exame não são conclusivos. Segundo ele, resultados como inchaço interno e necrose em órgãos podem aparecer, mas não são suficientes para dar um diagnóstico definitivo.
“O que dá certeza é a análise laboratorial em conjunto com a história clínica da vítima”, completou.
Com informações da assessoria

