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SAÚDE

Qual é o comprimento de uma vagina? Saiba como medir

Órgão é uma parte do corpo incrivelmente adaptável e seu comprimento pode mudar: ao longo da vida, em um mês e com mudanças hormonais e excitação sexual

Saiba por que o comprimento da vagina varia ao longo da vida  e por que isso não deve ser motivo de preocupação Saiba por que o comprimento da vagina varia ao longo da vida e por que isso não deve ser motivo de preocupação  - Foto: Freepik

Frequentemente usamos a palavra “vagina” para descrever toda a região “lá embaixo”, mas isso não é anatomicamente correto. O nome, na verdade, se refere ao o tubo elástico e muscular que conecta os genitais externos, ou seja, a vulva, ao colo do útero, a entrada para o útero. Como ela é pouco visível externamente, muitas pessoas que têm vagina se perguntam qual o comprimento da sua, ou qual deveria ser.

Adolescentes preocupadas durante a puberdade frequentemente perguntavam à “Dolly Doctor”, a coluna de aconselhamento médico escrita por Melissa por mais de 20 anos na revista australiana Dolly, se suas vaginas eram pequenas ou curtas demais. Muitas vezes, essas dúvidas vinham porque inserir um absorvente interno era difícil ou doloroso.

A vagina é uma parte incrivelmente adaptável do corpo e seu comprimento pode mudar: ao longo da vida, ao longo do mês e com alterações hormonais ou excitação sexual.

Comprimento em diferentes fases da vida
Antes da puberdade, a vagina mede geralmente entre 5,5 cm e 8 cm de comprimento. Durante a fase de transformações do corpo (normalmente entre os 8 e os 13 anos), o comprimento da vagina aumenta e os hormônios também mudam o revestimento vaginal.

Na fase da vida entre a puberdade e a menopausa, os níveis de estrogênio aumentam e fazem com que o revestimento da vagina fique mais espesso e macio. Isso é o que deixa a vagina úmida e sensível a estímulos, como durante a excitação.

 

Na idade adulta, a vagina mede geralmente entre 6,5 cm e 12,5 cm. Esse valor varia bastante de pessoa para pessoa e continua a mudar em diferentes momentos da vida.

O que mais pode mudar o comprimento da vagina?
Durante a menstruação, o colo do útero geralmente fica em uma posição mais baixa, o que faz com que o canal vaginal fique mais curto. Depois da menstruação, o colo do útero volta a subir, atingindo seu ponto mais alto durante a ovulação.

O comprimento da vagina também muda em diferentes estágios reprodutivos. Por exemplo, na gravidez, o colo do útero sobe, o que faz com que a vagina fique mais longa. Por outro lado, a menopausa, com outros fatores, como o ressecamento vaginal, pode encurtar o canal vaginal.

O prolapso de órgãos pélvicos também pode encurtar a vagina. Isso acontece quando o assoalho pélvico está enfraquecido e órgãos como o útero ou a bexiga acabam se projetando para dentro da vagina.

Existem também algumas condições raras que podem afetar o desenvolvimento da vagina ainda antes do nascimento, como a atresia vaginal, em que a vagina não se forma completamente.

E o sexo?
O sexo também tem um grande impacto no comprimento vaginal. Quando uma pessoa com vagina se excita, ela se alonga e o colo do útero se afasta da entrada vaginal, permitindo a penetração.

Mesmo com esse alongamento, o contato com o colo do útero ainda pode ocorrer durante o sexo, por exemplo, com brinquedos sexuais, dedos ou o pênis. Algumas pessoas acham a estimulação cervical dolorosa ou desconfortável, enquanto outras a consideram prazerosa.

A sensação durante o ato sexual também pode mudar dependendo da fase do ciclo menstrual. Durante a menstruação, por exemplo, o colo do útero tende a estar mais baixo, o que aumenta as chances de contato com ele durante o sexo, especialmente em certas posições.

É muito improvável que tocar o colo do útero durante o sexo possa causar danos, embora, às vezes, relações sexuais mais intensas possam provocar hematomas. Isso geralmente não é perigoso e tende a se resolver sozinho.

Manter a comunicação com o parceiro ou parceira é essencial para garantir que ambos estejam confortáveis e aproveitando o momento.

Então, qual o comprimento da minha vagina?
Pode ser útil conhecer o comprimento da sua vagina e a posição do seu colo do útero. Por exemplo, se você quer usar um coletor menstrual durante a menstruação, algumas marcas oferecem tamanhos diferentes. Se você tem um canal vaginal mais curto, um coletor menor pode ter um encaixe melhor.

No entanto, outros fatores, como sua idade e o fluxo menstrual, também podem influenciar o tamanho ideal.

Para sentir a posição do seu colo do útero, primeiro lave bem as mãos com água e sabão. É melhor fazer isso por volta do período menstrual, quando o canal vaginal está mais curto.

Encontre uma posição confortável, como sentada, agachada ou com uma perna apoiada em uma cadeira. Então, insira o dedo na vagina em direção para cima e para trás.

A vagina tem uma textura macia e esponjosa, enquanto o colo do útero é liso e firme, com uma pequena cavidade no centro: imagine uma mini rosquinha.

Se você tiver que esticar bastante o dedo para tocar o colo do útero, pode ser melhor usar um coletor mais longo. Se conseguir tocá-lo com facilidade, talvez se sinta mais confortável com um menor.

Lembre-se: isso só dá uma ideia aproximada do comprimento da sua vagina e da posição do colo do útero (que pode mudar no dia seguinte).

O comprimento da vagina importa?
Todos os nossos corpos são únicos, e há uma grande variação dentro do que é considerado “normal”. De modo geral, ter uma vagina “curta” ou “longa” não faz diferença prática.

Por exemplo, um estudo de 2009 com mulheres acima de 40 anos concluiu que o comprimento da vagina não afeta a atividade ou função sexual, já que a vagina é extremamente elástica e consegue se adaptar a diferentes necessidades, voltando depois ao seu estado normal.

No entanto, alguns sintomas devem ser discutidos com seu médico, como dor durante o sexo, dificuldade para usar absorventes internos ou coletores menstruais, ou se você estiver preocupada com um possível prolapso.

*Keersten Fitzgerald é professora (lecturer) de Clínica Geral na Universidade de Sydney. Melissa Kang é professora de Saúde do Adolescente e co-diretora da Escola Clínica de Clínica Geral da Universidade de Sydney.

*Este artigo foi republicado de The Conversation sob licença Creative Commons. Leia o original.

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